Broca de Metamasius

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autores

Dalva Luiz de Queiroz - Embrapa Florestas

Ronaldo Pavarini - Consultor autônomo

 

Ocorrem atacando as palmeiras pupunheira, juçara e açaí.

São besouros com 10 a 15 mm de comprimento e corpo rajado com faixas alaranjadas e pretas. Quando tocados, simulam estar mortos, mas voltam à atividade rapidamente. A larva apresenta coloração branco-leitosa, cabeça destacada e avermelhada. A pupa fica alojada no interior de um casulo construído pelo inseto com fibras da planta.

Os danos às plantas são causados pelas larvas que se alimentam dos tecidos vivos das plantas, escavando galerias, danificando o estipe. Na maioria das coletas desses insetos, em áreas de cultivo de pupunheira, observa-se que estão presentes após o ataque de R. palmarum, ou em seguida a algum tipo de ferimento mecânico efetuado no estipe, como o processo de colheita.

Ocorre maior incidência de adultos destes insetos em épocas do ano com temperaturas mais elevadas e maiores índices pluviométricos. Desta maneira, é nos meses de primavera e verão que o produtor deve intensificar o monitoramento e o controle.

 

Medidas de controle

O controle comportamental pode ser feito com uso do feromônio sexual associado a atrativo alimentar em armadilhas de captura tipo balde. Dentro da armadilha devem ser colocados pedaços de cana-de-açúcar com 30 cm a 40 cm de comprimento, amassados além do sachê liberador de feromônio, que deve ser pendurado internamente na tampa da armadilha. Estas armadilhas devem ser vistoriadas quinzenalmente, destruindo os insetos coletados e substituindo os toletes de cana.

O controle cultural pode ser realizado não deixando perfilhos em excesso nas touceiras e eliminando perfilhos mortos ou danificados. Além disso, é importante evitar ferimentos às plantas.

A utilização de fungos entomopatogênicos é uma alternativa promissora, principalmente com o uso de Beauveria bassiana. Este fungo pode ser aplicado na base das touceiras e sobre os restos da cultura, principalmente logo após a colheita do palmito, pulverizando-se a calda com os conídios do fungo diluído em água ou polvilhando o produto disponível na formulação pó seco.

As coleobrocas R. palmarum e Metamasius sp. podem ser parasitadas por algumas espécies de insetos da família tachinidae (Diptera: Tachinidade) que ocorrem naturalmente nas áreas de cultivo de palmáceas.

A espécie Billea rhynchophorae é um tachinídeo que está presente em levantamentos de campo em áreas de dendê na Bahia, apresentando taxas de parasitismo de até 57% sobre R. palmarum. Na região do Vale do Ribeira, foi detectada Diaughia angust como espécie de parasitoide obtida de pupas de Metamasius, atingindo taxas de parasitismo de até 30%. O uso destes parasitoides pode ser um fator importante num programa integrado de controle destas coleobrocas.

Foto: Dalva Luiz de Queiroz
Adulto do besouro Metamasius hemipterus
Figura 1. Adulto do besouro Metamasius hemipterus (Coleoptera: Curculionidae).

Foto: Dalva Luiz de Queiroz

 
Figura 2. Larvas e danos de Metamasius hemipterus (Coleoptera: Curculionidae)