Pupunha
Broca do Rhyncophorus
Autores
Dalva Luiz de Queiroz - Embrapa Florestas
Ronaldo Pavarini - Consultor autônomo
Rhynchophorus palmarum (Coleoptera: Curculionidae) ataca pupunheira e várias outras palmeiras em fase produtiva, instalando-se no ápice da planta onde as larvas se desenvolvem alimentando-se da parte interna e apical, destruindo o ponto de crescimento e causando a morte da planta.
O adulto é um besouro de coloração preta, com cerca de 45 mm a 60 mm de comprimento por 15 mm a 18 mm de largura. Possui hábito diurno, é encontrado em qualquer época do ano e sob qualquer estágio.
As fêmeas colocam em média cinco ovos/dia (totalizando 250 ovos/ciclo) nas partes mais tenras da planta.
A larva passa por 9 a 12 ínstares, possui corpo branco-creme, recurvado, com 13 anéis enrugados, sendo os medianos maiores que os anteriores e posteriores. Na última fase, a larva constrói um casulo com fibras da planta, onde empupa e permanece até a saída do adulto. A pupa tem coloração amarelada e duração do período em torno de 11 dias.
A ocorrência de adultos é maior em meses com temperaturas mais elevadas e maiores índices pluviométricos. Portanto, neste período os agricultores devem intensificar o monitoramento e o controle da praga.
Medidas de controle
Atualmente o controle mais efetivo para R. palmarum é o comportamental, através do uso do feromônio Rhyncoferol associado com iscas de cana-de-açúcar como atrativo alimentar. O Rhyncoferol deve ser utilizado em armadilhas tipo alçapão, com capacidade acima de 10 L, distribuídas ao redor do plantio e espaçadas a cada 500 m, ou na proporção de 2-3/ha. Dentro da armadilha devem ser colocados pedaços de cana-de-açúcar com 30 cm a 40 cm de comprimento, amassados e mergulhados na calda de melaço de cana diluído a 20% em água. Estas armadilhas devem ser vistoriadas a cada 15 dias, coletando-se e destruindo os insetos e renovando o atrativo.
Outras alternativas de controle
O fungo Beauveria bassiana é patogênico a R. palmarum, podendo ser considerado como uma alternativa de uso no controle desta praga. O fungo pode ser utilizado pulverizando-se uma solução ou aplicando o pó sobre as partes cortadas das plantas, após a colheita do palmito e também sobre os resíduos da planta presentes na cultura, ou ainda sobre a cana utilizada nas armadilhas com o feromônio.
As moscas parasitoides (Paratherezia menezesi) também podem ser utilizadas no controle biológico de R. palmarum.
A colheita do palmito gera muitos resíduos que normalmente são jogados no plantio. Estes restos se decompõem e fermentam, liberando odores que atraem os adultos de R. palmarum e outras pragas. Portanto, em locais onde ocorre a praga, estes resíduos devem ser destruídos através da queima ou triturados e incorporados ao solo.
Foto: Dalva Luiz de Queiroz Figura 1. Adulto do besouro Rhynchophorus palmarun (Coleoptera: Curculionidae).
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Foto: Dalva Luiz de Queiroz
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