Sisal
Equipamentos
Autores
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - Embrapa Algodão
Wirton Macedo Coutinho - Embrapa Algodão
Waltemilton Vieira Cartaxo - Embrapa Algodão
Orozimbo Silveira Carvalho - Aposentado
Valinei Soffiati - Embrapa Algodão
João Luís da Silva Filho - Embrapa Algodão
Louriorlando Bidô da Costa - Embrapa Algodão
No Brasil, a extração da fibra era feita, de início, por meio de um instrumento simples, chamado farracho ou alicate, cujo processo, bastante rudimentar, baseava-se na raspagem da folha para a retirada da polpa ou da mucilagem que envolve a fibra, por meio de lâminas de ferro. Depois, com o aumento da área plantada, desenvolveram-se rotores raspadores, de acionamento mecânico. Esta máquina, denominada "motor de agave" ou "máquina Paraibana" ( Figura 2), é, ainda hoje, a principal desfibradora dos campos de sisal.
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 1. Detalhe do corte das folhas de sisal. |
Além disso, pela sua rusticidade, a máquina Paraibana exige grande esforço do(s) puxador(es). O processo de desfibramento, na Bahia, é feito por uma única pessoa (puxador) e na Paraíba por duas pessoas, que trabalham em perfeita sintonia, da seguinte maneira: o primeiro operador segura a folha pela parte apical e a introduz na outra extremidade, aproximadamente 60% do seu comprimento, na boca de alimentação da máquina; em seguida, auxiliado pelo segundo operador, inverte a posição da folha e introduz a parte ainda não desfibrada, para completar a operação. Este procedimento também é feito quando o desfibramento é realizado por um único puxador. Em operação normal desfibram-se, em média, 20 a 30 folhas por minuto, ou 1.200 a 1.800 folhas por hora ou, ainda, 550 kg a 820 kg de folhas/hora.
A fadiga, aliada à falta de segurança da máquina, expõe os operadores a constantes riscos de acidentes, o que constitui um dos principais problemas da máquina e da operação propriamente dita. Nas regiões produtoras de sisal existe um grande número de pessoas com mãos mutiladas pela máquina Paraibana; no entanto, é importante salientar que este equipamento - por ser um dos únicos disponíveis no mercado, ter baixo custo aquisitivo, ser de fácil manutenção, de concepção simples e rústica - tem grande aceitação por parte dos produtores, principalmente dos pequenos e médios ou por pessoas que prestam serviços neste segmento.
Desde o aparecimento da máquina Paraibana, poucas modificações lhe foram introduzidas com o propósito de melhorar sua capacidade produtiva e reduzir os riscos de acidente.
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 2. Máquina Paraibana desfibrando folhas de sisal em regiões produtoras do Estado da Paraíba. |