Sisal
Importância socioecônomica
Autores
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - Embrapa Algodão
Wirton Macedo Coutinho - Embrapa Algodão
Fabio Akiyoshi Suinaga - Embrapa Hortaliças
Waltemilton Vieira Cartaxo - Embrapa Algodão
O sisal é a principal fibra dura produzida no mundo, correspondendo a aproximadamente 70% da produção comercial de todas as fibras desse tipo. No Brasil, o cultivo do sisal se concentra na região Nordeste, sendo os estados da Bahia (36 municípios), Paraíba (34 municípios) e Rio Grande do Norte (5 municípios) os principais produtores, com 93,5%, 3,5% e 3,0%, respectivamente, da produção nacional.
No Nordeste do Brasil a exploração do sisal é feita em grande parte em propriedades de pequeno porte, menores que 15 ha, cujas condições de clima e solo são pouco favoráveis e com predomínio do trabalho familiar. O sisal, além de constituir fonte de renda e emprego para um grande contingente de trabalhadores, é um importante agente de fixação do homem à região semiárida nordestina, haja vista ser, em algumas dessas regiões, a única alternativa de cultivo com resultados econômicos satisfatórios.
A maioria das lavouras de sisal é conduzida com baixo nível tecnológico e de capitalização, o que tem dado origem, nos últimos anos, a um acentuado declínio, tanto na área plantada quanto na produção. Um outro fator negativo é o alto custo de produção, por causa do aproveitamento da parte fibrosa da folha, que representa apenas 3% a 4% do total colhido da planta. Esta situação poderia ser revertida mediante medidas de incentivo aos produtores, como preços melhores para produtos de qualidade superior, financiamentos bancários para recuperação das lavouras e implementação do consórcio com pecuária e culturas alimentares em bases técnicas. A importância do sisal para a economia do setor agrícola nordestino pode ser analisada sob diversos aspectos, merecendo destaque a geração de renda e emprego.
A fibra do sisal, beneficiada ou industrializada, rende cerca de 80 milhões de dólares em divisas para o Brasil, além de gerar aproximadamente 850 mil empregos diretos e indiretos por meio de sua cadeia de serviços, que começa com as atividades de manutenção das lavouras, colheita, desfibramento e beneficiamento da fibra e termina com a industrialização e a confecção de artesanato.