Importância socioecônomica

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autores

Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - Embrapa Algodão

Wirton Macedo Coutinho - Embrapa Algodão

Fabio Akiyoshi Suinaga - Embrapa Hortaliças

Waltemilton Vieira Cartaxo - Embrapa Algodão

 

O sisal é a principal fibra dura produzida no mundo, correspondendo a aproximadamente 70% da produção comercial de todas as fibras desse tipo. No Brasil, o cultivo do sisal se concentra na região Nordeste, sendo os estados da Bahia (36 municípios), Paraíba (34 municípios) e Rio Grande do Norte (5 municípios) os principais produtores, com 93,5%, 3,5% e 3,0%, respectivamente, da produção nacional.

No Nordeste do Brasil a exploração do sisal é feita em grande parte em propriedades de pequeno porte, menores que 15 ha, cujas condições de clima e solo são pouco favoráveis e com predomínio do trabalho familiar. O sisal, além de constituir fonte de renda e emprego para um grande contingente de trabalhadores, é um importante agente de fixação do homem à região semiárida nordestina, haja vista ser, em algumas dessas regiões, a única alternativa de cultivo com resultados econômicos satisfatórios.

A maioria das lavouras de sisal é conduzida com baixo nível tecnológico e de capitalização, o que tem dado origem, nos últimos anos, a um acentuado declínio, tanto na área plantada quanto na produção. Um outro fator negativo é o alto custo de produção, por causa do aproveitamento da parte fibrosa da folha, que representa apenas 3% a 4% do total colhido da planta. Esta situação poderia ser revertida mediante medidas de incentivo aos produtores, como preços melhores para produtos de qualidade superior, financiamentos bancários para recuperação das lavouras e implementação do consórcio com pecuária e culturas alimentares em bases técnicas. A importância do sisal para a economia do setor agrícola nordestino pode ser analisada sob diversos aspectos, merecendo destaque a geração de renda e emprego.

A fibra do sisal, beneficiada ou industrializada, rende cerca de 80 milhões de dólares em divisas para o Brasil, além de gerar aproximadamente 850 mil empregos diretos e indiretos por meio de sua cadeia de serviços, que começa com as atividades de manutenção das lavouras, colheita, desfibramento e beneficiamento da fibra e termina com a industrialização e a confecção de artesanato.

Levando-se em consideração o grande número de trabalhadores envolvidos nos processos produtivo e industrial da fibra do sisal, é fundamental a busca de alternativas que viabilizem a competição da fibra com os fios sintéticos, haja vista que eles são os principais responsáveis pelo seu baixo preço no mercado internacional; portanto, a redução de custos de produção, o aproveitamento dos subprodutos do desfibramento e a maior eficiência no processo de descorticamento são pontos que devem ser enfocados em primeiro plano para tornar a cultura mais atrativa ao produtor rural.