Sisal
Rotação de culturas
Autores
Fabio Akiyoshi Suinaga - Embrapa Hortaliças
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - Embrapa Algodão
Wirton Macedo Coutinho - Embrapa Algodão
A rotação de culturas
É uma prática que, além de gerar benefícios para a produtividade, promove a redução de doenças, tanto no sisal como nas demais culturas que entram no esquema de rotação, auxilia no controle de ervas daninhas, reduz a erosão e mantém a matéria orgânica no solo. Como o sisal é uma cultura perene, não se recomenda a sua rotação, e sim das outras plantas que são utilizadas no consorciamento.
O ciclo produtivo de uma planta de sisal varia de 8 a 10 anos. Para manter a lavoura produtiva por mais tempo, recomenda-se deixar, a partir da quarta colheita, um ou dois rebentos que estejam no mesmo alinhamento da fileira para substituir a planta-mãe.
Plantio consorciado
Tradicionalmente, na região Nordeste o agricultor consorcia culturas alimentares com culturas industriais. O sisal tem sido, até então, plantado isoladamente, principalmente pela falta de resultados de pesquisa que indiquem opções técnicas e econômicas viáveis.
Considerando-se os altos custos de produção da cultura, o plantio intercalar com culturas regionais pode ser alternativa interessante e capaz de proporcionar ao produtor uma renda extra no período improdutivo do sisal, além de minimizar os custos das capinas, exigidos pelas culturas envolvidas.
A Embrapa Algodão vem realizando estudos sobre a viabilidade produtiva e econômica da cultura do sisal agave Híbrido 11648 e a Agave sisalana, envolvendo o consórcio com culturas alimentares, como o milho e o feijão-vigna, utilizando diferentes espaçamentos da cultura principal (sisal) (Figuras 1 e 2).
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 1. Agave híbrido consorciado com milho. | Foto: Odilon Reny R. F. da Silva Figura 2. Agave híbrido consorciado com feijão-vigna. |
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 3. Agave sisalana consorciado com capim-buffel. | Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 4. Agave híbrido 11648 consorciado com planta forrageira. |
Muito embora não se tenha dados da produção de fibras do sisal, os resultados alcançados com o consórcio da agave híbrido e da sisalana com culturas alimentares e forrageiras indicam que este procedimento pode ser usado com vantagem pelos produtores de sisal, com vistas a reduzir custos de produção no período em que esta fibrosa se encontra na fase de desenvolvimento, pois, além de propiciar a manutenção do sisal no limpo, oferece renda extra ao produtor; entretanto, a cultura intercalar não deve exercer competição drástica com o sisal, a ponto de prejudicar seu desenvolvimento e produção. No consórcio com o capim-buffel, em algumas configurações mais adensadas, tem-se observado concorrência entre as culturas; portanto, é necessário verificar o espaçamento adequado para evitar a competição por luz, água e nutrientes.
Outra forma de redução dos custos de produção do sisal e que pode ser usada pelos agaveicultores da região é o consórcio sisal + bovinos (Figura 5), por meio do pastoreio direto do animal no campo de sisal, com o aproveitamento do pasto natural e as folhas dos filhotes menores da agave como alimento. Esse tipo de consórcio é realizado a partir da primeira colheita, época em que o sisal está completamente formado, e proporciona um espaço maior para circulação dos animais.
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 5. Consórcio sisal + bovinos. |
Outra modalidade de consórcio é aquela feita com caprinos e ovinos (Figura 6), onde se observa que o caprino danifica as folhas do sisal, principalmente as mais tenras, enquanto o ovino, por ser um animal mais seletivo, permite o consórcio a partir do primeiro ano, sem dano à cultura.
Foto: Odilon Reny R. F. da SilvaFigura 6. Consórcio sisal + caprinos e ovinos. |