Seca

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Francismar Correa Marcelino Guimares - Embrapa Soja

José Renato Bouças Farias - Embrapa Soja

Norman Neumaier - Embrapa Soja

Alexandre Lima Nepomuceno - Embrapa Soja

 

A primeira causa de diminuição da produção mundial de soja são os estresses abióticos, que podem diminuir os rendimentos médios da maioria das culturas em mais de 50%. Dentre estes fatores, destaca-se a seca, como o principal fator responsável pelas oscilações anuais na produção brasileira.


Entre as alternativas para amenizar os problemas da deficiência hídrica está o uso da irrigação. Entretanto, fatores econômicos e, principalmente, disponibilidade de recursos hídricos são sérios obstáculos para utilização desta estratégia. Outra possibilidade é o desenvolvimento de cultivares mais adaptadas a condições de déficit hídrico. Estudos moleculares recentes de regulação gênica em plantas submetidas ao déficit hídrico têm identificado alguns genes que respondem à desidratação. Dentre os genes identificados, verificou - se a presença de uma família de genes que codificam fatores de transcrição denominados DREB (Dehydration Responsive Element Binding protein), envolvidos na ativação de vários outros genes que apresentam características de proteção das estruturas celulares durante a desidratação celular. A introdução do fator de transcrição DREB1A, sob o controle do promotor estresse induzido, rd29A, em Arabidopsis thaliana, tabaco e trigo resultou em um aumento da tolerância à seca, à salinidade e ao frio nessas espécies.

A Embrapa Soja em parceria com o JIRCAS (Japan International Research Center for Agriculture Science) desenvolveu em soja alguns eventos contendo a construção AtDREB1A e, mais recentemente AtDREB2A. Estudos preliminares em condições controladas de laboratório, em eventos obtidos na Embrapa Soja, comprovaram que a construção AtDREB1A introduzida é induzida em soja, em situações de seca. Este resultado é bastante animador tendo-se em vista que as sequências introduzidas são de outra espécie (A. thaliana). Também foi possível observar que os valores de taxa fotossintética e condutância estomática do evento estudado, quando comparados aos da testemunha, eram superiores em condições de déficit hídrico. Outros estudos conduzidos em condições de casa de vegetação mostraram que estas plantas GMs geradas na Embrapa, apresentam maior tolerância ao estresse como ilustrado na figura 1.

 

Fonte: Beneventi, M.A.

Seca

Figura 1. Plantas de soja GM (em a e c) e não GM (b e d) submetidas a diferentes regimes de déficit hidrico. Em a) plantas GM e em b) plantas não GM, a 5% de umidade gravimétrica (UG) considerado estresse moderado, em c) plantas GM e em d) plantas não GM, a 2,5 de UG, considerado estresse severo de déficit hídrico.

 

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Embrapa Soja