Indicações para Redução das Perdas por Seca

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Norman Neumaier - Embrapa Soja

Alexandre Lima Nepomuceno - Embrapa Soja

José Renato Bouças Farias - Embrapa Soja

 

Para que uma planta tenha boas condições de sobreviver, em regiões onde há pouca disponibilidade de água, ela deve ser capaz de manter uma condição hídrica superior durante as horas mais críticas do dia, quando a demanda evaporativa da atmosfera é alta, estando isso associado com um sistema de raízes bem desenvolvido.

A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção de soja mundial. Poucos são os agricultores que dispõem de sistemas de irrigação para suplementar as necessidades de água da cultura, em função do elevado custo de tais sistemas. Apesar dos grandes prejuízos advindos da ocorrência de adversidades climáticas, pouco ou quase nada se tem para apresentar como solução ao produtor, sem aumentar seu custo de produção. Para minimizar os efeitos do deficit hídrico, indica-se semear apenas cultivares adaptadas à região e à condição de solo, semear em época recomendada e de menor risco climático, semear com adequada umidade em todo o perfil do solo e adotar práticas que favoreçam o armazenamento de água pelo solo (ex.: controle de ervas daninhas, aumento de matéria orgânica, semeadura direta, etc.). Deve-se evitar semear em épocas de risco indicadas pelo zoneamento agroclimático.

Previsões ambientais sinalizam para o aumento do aquecimento global nas próximas décadas. Alterações climáticas certamente acompanharão esse evento. As dificuldades para alimentar a população mundial, em crescimento acelerado, usando apenas tecnologias tradicionais, serão imensas. O desenvolvimento de cultivares mais tolerantes às adversidades climáticas, como por exemplo, à seca, será essencial e a disponibilidade de novas ferramentas de pesquisa, nas áreas de ecofisiologia e biotecnologia vegetal, possibilita estudar e compreender com maior detalhe os processos envolvidos nas respostas fisiológicas e agronômicas das culturas. Somente com o investimento crescente e continuado em pesquisa agropecuária é que será possível garantir o alimento em quantidade e qualidade às gerações futuras.