Socioeconomia

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Marcelo Hirochi Hirakuri - Embrapa Soja

Amélio Dall'Agnol - Embrapa Soja

Arnold Barbosa de Oliveira - Embrapa Soja

Joelsio José Lazzarotto - Embrapa Uva e Vinho

 

A soja é a principal oleaginosa cultivada no mundo. Ela participou, em 2006, com cerca de 57% do total de 377 milhões de toneladas produzidas em nível global pelas sete principais oleaginosas mundiais (soja, dendê, girassol, canola, amendoim, algodão e mamona). Seu elevado teor em proteínas (40%) faz dela a principal matéria prima na fabricação de rações para alimentação de animais domésticos. O valor bruto da produção mundial de soja, em 2006, correspondeu a 47 bilhões de dólares (US$ 220,00/t), sem considerar seus benefícios indiretos, que somam várias vezes esse montante.

Segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), o atual ritmo de crescimento econômico mundial manterá a demanda pela oleaginosa em alta, principalmente como fonte de proteína para a alimentação humana e, principalmente, animal. Contudo, o consumo de óleo também deverá crescer, principalmente como matéria prima para o biodiesel, a nova alavanca de consumo da soja, cultura responsável por quase 90% da produção nacional de óleos vegetais e, portanto, principal fonte de óleo vegetal para a produção de biodiesel e do H-Bio - o novo diesel da Petrobrás.A manutenção das elevadas taxas de aumento da produção de soja em nível mundial (cresceu, em média, cinco milhões de toneladas/ano no período 1970 a 2007), é justificada pelo crescimento expressivo da economia dos países emergentes, particularmente da China e da Índia, mas também do próprio Brasil, México, Indonésia, África do Sul, entre outros que precisam de volumes crescentes de soja para suprir a demanda de óleo para o consumo humano e do farelo para a alimentação de animais produtores de carne, produto cada vez mais consumido como resultado do contínuo crescimento da renda per capita dessas populações, que representam um imenso mercado consumidor, com enorme potencial, ainda, de crescimento sustentável.

Dentre os grandes produtores mundiais de soja (EUA, Brasil e Argentina), o Brasil é o país que possui o maior potencial de expansão da área cultivada, podendo, a depender das necessidades de consumo do mercado do farelo (carnes) e do óleo (consumo doméstico, biodiesel e H-Bio), mais do que duplicar sua atual produção e, em curto prazo, constituir-se no maior produtor e exportador mundial de soja e seus derivados.