Banco de sementes

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Alexandre Magno Brighenti - Embrapa Gado de Leite

Fernando Storniolo Adegas - Embrapa Soja

Dionisio Luiz Pisa Gazziero - Embrapa Soja

Elemar Voll - Embrapa Soja

 

 

Definição

O banco de sementes no solo representa a diversidade de espécies de plantas daninhas no solo, variáveis em número, dispersas no seu perfil, em função de diferentes manejos do mesmo. A existência de um banco de sementes no solo dá-se em função de espécies já existentes na área e de outras introduzidas pelo cultivo da terra.

 

Estabelecimento

As plantas daninhas se estabelecem em função de variadas condições de manejo do solo, das culturas e dos meios de controle. Grande quantidade de sementes morre no solo devido ao ataque de diversos agentes biológicos (fungos, insetos), à intensidade variável e dependendo do manejo, sendo afetadas também pelas próprias densidades e envelhecimento. Outra parte germina e emerge. As condições de clima e o solo, alterados pelas condições de manejo, afetam a germinação das sementes, que podem ou não estar dormentes.

 

Disseminação

As plântulas estabelecidas produzem quantidades variáveis de sementes maduras conforme a espécie e pode ser disseminada anterior, durante ou posteriormente aos procedimentos de colheita da cultura, afetando o comportamento do banco de sementes.

 

Sobrevivência

As sementes sobreviventes germinam durante vários anos, em períodos de tempo variáveis, dependendo da espécie, germinando a maior parte no primeiro ano.
Sementes como as de amendoim-bravo e picão-preto apresentam, de modo geral, altas taxas de germinação e emergência, exaurindo-se no solo em cerca de três a quatro anos, na ausência de reinfestação. Outras, como a de trapoeraba, podem sobreviver no solo por cerca de 20 ou 40 anos, dependendo do tipo de manejo, convencional ou direto.

 

Programas de controle

Programas eficientes de controle de plantas daninhas reduzem a disseminação, a reinfestação e seus períodos de sobrevivência no banco de sementes. A composição qualitativa e quantitativa da flora daninha de um determinado local reflete o sistema de cultivo em uso. Métodos preventivos, como uso de semente certificada; métodos culturais, como rotação de culturas e manejo da palha; controle de espécies daninhas na entressafra, evitadas pelo não uso do pousio e, uso complementar de herbicidas, são medidas recomendadas.


É de conhecimento comum que maiores produções de palhas e distribuição uniforme sobre a área, como as de aveia ou trigo, podem controlar grande parte da infestação, reduzindo as quantidades de herbicidas a serem usadas e os anos de sobrevivência das plantas daninhas no solo.

 

Comportamento

É necessário relacionar o comportamento das espécies daninhas com as várias práticas culturais executadas, como as de preparo do solo, rotação de culturas, controle químico e operações de colheita.
Apenas parte das sementes germina e emerge do solo para competir com a cultura, sendo bastante variável segundo a espécie. A periodicidade de emergência anual relaciona-se, primariamente, com a ocorrência de chuvas, no período de aumento das temperaturas, para as espécies que germinam no verão. Ocorrem também variações nas produções de “sementes duras”, que não germinam, influenciadas pelo ano de produção das sementes.