Integração lavoura-pecuária

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Odilon Ferreira Saraiva

Henrique Debiasi - Embrapa Soja

Julio Cezar Franchini dos Santos - Embrapa Soja

 

A integração lavoura-pecuária (ILP) agrega sistemas produtivos diversificados de grãos, fibras, carne e leite implantados em uma mesma área em consórcio, sucessão ou rotação. Em um sistema de ILP, as pastagens são beneficiadas pela correção química do solo e pelos nutrientes aportados pela adubação das lavouras e que não foram absorvidos pelas mesmas. Isso possibilita a recuperação de pastagens degradadas, manutenção de altas produtividades das pastagens e produção de forragem na entressafra. Em contrapartida, a grande quantidade de biomassa vegetal produzida pelas forrageiras (Figura 1), em conjunto com a ação do seu vigoroso e abundante sistema radicular (Figura 2) aumenta o teor de matéria orgânica e melhora a qualidade física, química e biológica do solo, o que favorece o desenvolvimento das lavouras, principalmente pela maior disponibilidade de água e nutrientes. Além disso, as pastagens ajudam no controle de pragas, doenças e plantas daninhas.  Os resultados obtidos com a soja na ILP tem sido promissores. Essa cultura, a exemplo de outras destinadas à produção de grãos ou fibras, pode ser incluída em sistema de ILP basicamente de duas formas: 1) em rotação às forrageiras, onde são alternados, numa mesma área, cultivos de lavoura e pastagens, por períodos superiores a um ano; e 2) em sucessão às forrageiras, onde as pastagens são cultivadas apenas durante o outono-inverno. Para as regiões mais frias, as espécies forrageiras mais utilizadas são a aveia e o azevém, em cultivo isolado ou consorciado. Nas regiões de clima quente, têm sido utilizadas gramíneas tropicais perenes, como as pertencentes aos gêneros Brachiaria spp e Panicum spp. Nesse caso, as forrageiras tropicais podem ser implantadas em cultivo solteiro ou consorciado às culturas de grãos usadas na safrinha, como o milho (Figura 3), o sorgo e o girassol.

 

Foto: Julio Franchini

Área de Brachiaria ruzziensis
Figura 1. Aspecto geral de uma área de Brachiaria ruziziensis antes da dessecação para a semeadura da soja.
Embrapa Soja/COCAMAR, Maringá/PR, 2008.
 
 

Foto: Gustavo Garbelini

Sistema Radicular de Brachiaria brizantha

Figura 2. Sistema radicular de Brachiaria brizantha cv. “Xaraés”, em uma trincheira de 1 metro de profundidade.
Embrapa Soja/COCAMAR, Jardim Olinda/PR, 2009.

 

Foto: Henrique Debiasi

Consorcio milho e Brachiaria
Figura 3. Consórcio entre milho safrinha e Brachiaria ruziziensis.
Embrapa Soja/COCAMAR, Maringá/PR, 2008.