Tamanduá-da-soja

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Clara Beatriz Hoffmann-Campo - Embrapa Soja

 

O tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja é um inseto regionalmente importante que, vem causando danos em lavouras de vários municípios do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, do oeste da Bahia, além de algumas lavouras nos Estados de Goiás, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Os adultos (Figura 1) são besouros pretos com 8mm de comprimento e listras amarelas no dorso da cabeça e nos élitros (asas duras) e ficam localizados sob a folhagem, nas hastes, ou no solo, sob os restos de cultura.
As larvas (Figura 2) são brancas e, sem pernas, têm o corpo cilíndrico, levemente curvado e, desde a eclosão até o final da fase ativa (enquanto se alimentam), ficam no interior da haste principal, na região do anelamento  que as fêmeas fazem para postura. À medida que crescem, ocorre engrossamento do caule, formando uma galha, estrutura constituída externamente por tecidos ressecados. As larvas no quinto e último ínstar hibernam no solo, em câmaras, geralmente entre 5cm e 10cm de profundidade e não se alimentam mais.

Foto: Clara Beatriz H. Campo

Tamandua da Soja adulto

 Foto: Clara Beatriz H. CampoTamanduá da Soja larva
 Figura 1 - Sternechus subsignatus - Adulto
 
Figura 2 - Sternechus subsignatus - Larva
 

Os danos podem ser causados por adultos e larvas. Na fase inicial da cultura, os adultos raspam o caule e desfiam os tecidos no local do ataque (Figura 3). Em situação de população alta, o dano é irreversível e as plantas morrem, podendo haver perda total da lavoura. Ainda, quando o ataque acontece mais tarde, na região do anelamento, ocorre o desenvolvimento das larvas, formando-se uma galha (Figura 4), onde a planta pode quebrar pela ação do vento e das chuvas.

 Foto: Clara Beatriz H. Campo

Tecido desfiado

Foto: Clara Beatriz H. Campo

Galha

 Figura 3 - Dano
 
 Figura 4 - Dano
 



Manejo: Considerando-se que S. subsignatus se alimenta apenas de leguminosas, para diminuir a sua população na área, deve-se utilizar um conjunto de táticas do MIP, incluindo a rotação de culturas com plantas não hospedeiras como milho,  sorgo ou  girassol e o uso de uma cultura-armadilha, que pode ser a própria soja semeada antecipadamente. Essas práticas, aliadas ao controle químico ou a utilização de tratamento de sementes de soja com inseticida, apenas nas bordaduras, em faixas de 30 a 50m, a partir da planta não hospedeira, podem efetivamente diminuir a população da praga, não havendo necessidade de pulverização em toda a área.