Soja
Tamanduá-da-soja
Autor
Clara Beatriz Hoffmann-Campo - Embrapa Soja
O tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja é um inseto regionalmente importante que, vem causando danos em lavouras de vários municípios do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, do oeste da Bahia, além de algumas lavouras nos Estados de Goiás, do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Os adultos (Figura 1) são besouros pretos com 8mm de comprimento e listras amarelas no dorso da cabeça e nos élitros (asas duras) e ficam localizados sob a folhagem, nas hastes, ou no solo, sob os restos de cultura.
As larvas (Figura 2) são brancas e, sem pernas, têm o corpo cilíndrico, levemente curvado e, desde a eclosão até o final da fase ativa (enquanto se alimentam), ficam no interior da haste principal, na região do anelamento que as fêmeas fazem para postura. À medida que crescem, ocorre engrossamento do caule, formando uma galha, estrutura constituída externamente por tecidos ressecados. As larvas no quinto e último ínstar hibernam no solo, em câmaras, geralmente entre 5cm e 10cm de profundidade e não se alimentam mais.
Foto: Clara Beatriz H. Campo | Foto: Clara Beatriz H. Campo |
Figura 1 - Sternechus subsignatus - Adulto | Figura 2 - Sternechus subsignatus - Larva |
Os danos podem ser causados por adultos e larvas. Na fase inicial da cultura, os adultos raspam o caule e desfiam os tecidos no local do ataque (Figura 3). Em situação de população alta, o dano é irreversível e as plantas morrem, podendo haver perda total da lavoura. Ainda, quando o ataque acontece mais tarde, na região do anelamento, ocorre o desenvolvimento das larvas, formando-se uma galha (Figura 4), onde a planta pode quebrar pela ação do vento e das chuvas.
Foto: Clara Beatriz H. Campo | Foto: Clara Beatriz H. Campo |
Figura 3 - Dano | Figura 4 - Dano |
Manejo: Considerando-se que S. subsignatus se alimenta apenas de leguminosas, para diminuir a sua população na área, deve-se utilizar um conjunto de táticas do MIP, incluindo a rotação de culturas com plantas não hospedeiras como milho, sorgo ou girassol e o uso de uma cultura-armadilha, que pode ser a própria soja semeada antecipadamente. Essas práticas, aliadas ao controle químico ou a utilização de tratamento de sementes de soja com inseticida, apenas nas bordaduras, em faixas de 30 a 50m, a partir da planta não hospedeira, podem efetivamente diminuir a população da praga, não havendo necessidade de pulverização em toda a área.