Soja
Pragas que atacam raízes
Autor
Lenita Jacobs Oliveira - in memorian
No Brasil, as principais pragas que atacam raízes de soja pertencem aos complexos de corós (Melolonthidae) e de percevejos-da-raiz (Cydnidae). As cochonilhas-de-raiz (Homoptera) também são bastante frequentes em lavouras de soja, mas raramente causam danos significativos. A maioria das pragas de raiz se alimenta de espécies de várias famílias de plantas e portanto, para o manejo dessas pragas é fundamental considerar o sistema de produção de soja como um todo, ao longo do ano. Os hábitos subterrâneos das pragas de raiz dificultam o manejo e praticamente inviabilizam o uso de medidas curativas para a maioria delas. O planejamento e escolha das técnicas de manejo dessas pragas em soja devem começar na safra anterior, mapeando áreas com sintomas de danos (murcha, amarelecimento, redução de crescimento, morte de plantas), bem como das características do solo, no local. Amostragens de solo, para verificação da localização, estádio e nível populacional do inseto, antes da semeadura da soja, também devem ser realizadas. A partir dessa análise, o manejo de pragas de raiz deve ser feito através da associação de várias táticas, tais como, manipulação de época de semeadura, introdução de espécies não hospedeiras ou hospedeiras não preferenciais no esquema de rotação/sucessão com a soja, preparo do solo com implementos adequados em áreas de manejo convencional, inseticida misturados às sementes ou em pulverização no sulco de semeadura, técnicas que favorecem o crescimento radicular e o aumento da tolerância da planta aos danos (ex: inoculação com rizóbios, correção de fertilidade e acidez do solo). Outras alternativas, como entomopatógenos, bactérias rizosféricas, feromônios, poderão ser incorporadas no manejo de pragas de solo em soja, no futuro.