Vira-cabeça

Conteúdo atualizado em: 25/02/2022

Autor

Antonio Carlos de Ávila - Consultor autônomo

 

O vira-cabeça-do-tomateiro é causado por várias espécies do gênero tospovírus: TSWV, TCSV, GRSV, CSNV. A grande maioria dos hospedeiros estão nas famílias Solanaceae e Comositae.

O TSWV é considerado o mais disseminado na cultura do tomateiro e responsável por uma das mais sérias doenças, devido aos grande prejuízos econômicos que pode acarrretar à cultura. Os tospovírus são transmitidos por tripes e se multiplicam no inseto vetor. O vírus somente é adquirido pelo tripes no estadio de larva, e este permanece durante toda a vida no corpo do inseto.

Em geral, quando a infecção por tospovírus ocorre no início do ciclo da cultura do tomateiro, as perdas são totais. Não existem evidências de transmissão destes vírus por semente. Os sintomas causados por tospovírus variam de acordo com a cultivar de tomate, idade em que a planta foi inoculada, temperatura e espécie de vírus envolvido.

Os sintomas mais frequentemente observados são:

  • roxeamento ou bronzeamento das folhas (Figura 1);
  • ponteiro atrofiado e virado para baixo (o nome deriva deste sintoma);
  • redução geral no porte da planta;
  • lesões necróticas nas hastes e folhas
Foto: Carlos A. Lopes

Figura 1. Plantas arroxeadas

 

Os frutos quando verdes apresentam lesões irregulares, deprimidas e secas e quando maduros apresentam lesões amarelas concêntricas (Figura 2).

Foto: Carlos A. Lopes

Figura 2. Frutos com manchas as vezes em forma de aneis

 

Como  controle são recomendadas várias práticas culturais integradas, embora o controle total seja difícil:

  • a rotação de culturas não suscetíveis ao vírus, tais como milho e couve-flor, podem ser usadas;
  • a escolha de local apropriado, situado a certa distância de lavouras suscetíveis ao vírus;
  • plantio do tomateiro em epocas menos favoráveis à incidência do vetor.
  • escolher áreas de plantio em maiores altitudes;
  • mudas isentas de vírus;
  • aplicação de inseticidas sistêmicos para diminiur a população do vetor;
  • uso de barreiras para evitar a migração dos insetos vetores.

Apesar de o uso de variedades resistentes ser recomendado, ainda não estão à disposição, no mercado, linhagens completamente resistentes.