Adubação e nutrição

Conteúdo atualizado em: 25/02/2022

Autor

Flávia Maria Vieira Teixeira - Embrapa Hortaliças

 

Nutrição de planta

O tomateiro é considerado uma das hortaliças mais exigentes em nutrientes, sendo citado por diversos autores como uma das espécies que melhor corresponde a doses elevadas  de adubos. Para satisfazer esta demanda, o conhecimento de nutrição das plantas torna possível melhorar a produção e a qualidade do produto para o consumo. A manutenção do suprimento de nutrientes é indispensável para alcançar os altos rendimentos de frutos de boa qualidade, necessários para a produção rentável. Para isso é preciso conhecer as funções dos nutrientes e os sintomas de deficiência na planta, o comportamento dos elementos no solo e nas plantas, assim como a forma com que esses elementos químicos são absorvidos.

A nutrição vegetal também está associada a sanidade das plantas, pois quando a  planta se encontra em adequadas condições nutricionais,  há a formação de um mecanismo de resistência fisiológica que têm sido associado à regulação de aminoácidos e síntese de proteínas.

Para a correta nutrição das plantas, sendo a adubação química ou orgânica, deve ser a análise do solo, considerando também o tipo de solo, o sistema de condução e irrigação, as exigências nutricionais da cultivar ou híbrido e o pontencial produtivo do mesmo.

A identificação dos sintomas de deficiência é de grande valia, pois dependendo da é poca de detecção, ainda é possível corrigir a deficiência e equilibrar as condições nutricionais das plantas para minimizar prejuízos. De acordo com o esquema feito abaixo pode-se ter parâmetros para esta diagnose.

 

Partes e características da planta

Folhas velhas e maduras

Clorose

Uniforme

N (S)

Internerval ou em manchas

Mg (Mn)

Necrose

Secamento da ponta e margens

K

Internerval

Mg (Mn)

Folhas novas

Clorose

Uniforme

Fe (S)

Necrose (clorose)

Internerval ou em manchas

Zn (Mn)

Deformação

Ca, B, Cu

Mo (Zn, B)

Fonte: Adaptado de Marschner (1995).

 

Adubação mineral

Seguindo as orientações da análise de solo, existem inumeras varições de adubos químicos que podem suprir as necessidades nutricionais das plantas, desde fertilizantes separados até formulações, entre as formulações mais utilizadas na adubação de base a 5 – 25 – 15 e a 4 – 30 – 16. As adubações de cobertura são parceladas, no tomate de mesa, de acordo com o desenvolvimento da cultura. É recomendada que sejam feitas quinzenalmente para a tender a constante extração pelos frutos. No tomate com finalidade industraial é feita a partir dos 25 a 30 DAT, são indicadas três adubações de cobertura com intervalo que pode variar de 7 a 14 dias, em função da condição nutricional da planta.

A disponibilidade de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e do micronutriente B é baixa quando o pH do solo encontra-se próximo ou abaixo de 5,0, atingindo o máximo quando o pH encontra-se ao redor de 7,0. Para os micronutrientes (Fe, Cu, Mn e Zn), a disponibilidade é maior em condições de solos ácidos.

Atentar para o pH do solo é de fundamental importância pois solos com pH ácido, (grande maioria dos solos brasileiros), afetam a disponibilidade de nutrientes no solo, influenciando a assimilação pelas plantas. Nestas situações a correção é feita através da calagem, que também é orientada pelo resultado da análise do solo.

 

Adubação orgânica

A adubação orgânica tem como fundamentos básicos a utilização de resíduos orgânicos sendo estes de origem animal, vegetal, agroindustrial e outros. A adubação orgânica deve ser feita de acordo com a disponibilidade desse insumo na propriedade. A aplicação deve ser feita com a antecedência de pelo menos quinze dias antes do transplante, misturado ao adubo químico de plantio e a terra. 

Não há como se definir a quantidade exata de fertilizantes que possam ser aplicados para o suprimento das necessidades das plantas. De maneira geral, acredita-se que 50% do nitrogênio, 30% do fósforo e 70% do potássio adicionado como esterco estejam disponíveis para as plantas.

Entre as vantagens do uso da adubação orgânica, citam-se as seguintes:

  • Eleva a capacidade de troca de cátions, notadamente em solos arenosos ou intemperizados;
  • Contribui para uma maior agregação das partículas do solo;
  • Reduz a plasticidade e a coesão do solo, favorecendo as operações de preparo, bem como amontoa e cultivos;
  • Aumenta a capacidade de retenção de água;
  • Concorre para maior estabilidade da temperatura do solo;
  • Aumenta a disponibilidade de nutrientes pelo processo de mineralização;
  • Contribui para a diminuição da fixação do fósforo no solo.