Triticale
Manchas foliares
Autores
Leila Maria Costamilan - Embrapa Trigo
Maria Imaculada Pontes Moreira Lima - Embrapa Trigo
Marcia Soares Chaves - Embrapa Clima Temperado
Flávio Martins Santana - Embrapa Trigo
João Leodato Nunes Maciel - Embrapa Trigo
Principais características
Em cereais de inverno a denominação de “manchas foliares” tradicionalmente tem sido atribuída a quatro diferentes doenças fúngicas, as quais são conhecidas por: Mancha Amarela (Drechslera tritici-repentis), Mancha Marrom (Bipolaris sorokiniana), Mancha das Glumas (Stagonospora nodorum) e Mancha Salpicada (Septoria tritici).
A Mancha Marrom produz lesão de centro pardo-escuro e bordos arredondados e de tamanho indefinido. A Mancha das Glumas ocorre mais nas brácteas florais e nos nós das plantas, existindo eventualmente a presença de picnídios (pontos pretos) nas lesões. A Mancha Amarela é bastante similar à mancha marrom, apresentando, entretanto, halo amarelo. A Mancha Salpicada manifesta-se, inicialmente, como pontos amarelos entre as nervuras foliares, que se transformam para pardo-claro com pequenas pontuações pretas, os picnídios.
Foto: Alfredo do Nascimento Junior
Figura 1. Mancha foliar em triticale.
Condições climáticas que favorecem a doença
A faixa de temperatura mais favorável para o desenvolvimento da mancha amarela situa-se entre 18 e 28 °C, sendo necessário, para que ocorra a infecção, um período de molhamento de, pelo menos, 30 horas.
Essa doença ocorre com mais frequência no Rio Grande do Sul, devido a questões climáticas mais favoráveis, e principalmente em lavouras onde não se pratica rotação de culturas.
Para o estabelecimento da Mancha Marrom, a temperatura deve ser igual ou superior a 18 °C, com período de melhoramento de, pelo menos, 15 horas, entretanto temperaturas entre 20 e 28 °C são mais favoráveis ao desenvolvimento da doença.
É uma doença de ocorrência mais frequente em lavouras do Paraná e é também um fungo mais frequente em sementes, comparando-se com D. tritici-repentis.
A faixa de temperatura mais favorável para o desenvolvimento da mancha da gluma situa-se entre 20 e 25 °C, com um período de molhamento de 48 a 72 horas. Comparando-se às anteriores, esta doença tem sido menos frequente no Brasil.
Temperaturas variando entre 15 e 20 °C e período de molhamento com mais de 72 horas são as condições mais favoráveis para a Mancha Salpicada. É uma doença considerada de pouca expressão no Brasil. Septoria tritici atualmente é um fungo de expressão em países da Europa.
Controle preventivo
A medida preventiva mais efetiva para se obter controle das “manchas foliares” em cereais de inverno é a rotação de culturas, sendo recomendado que se evite a utilização da mesma área com a cultura por no mínimo dois anos.
Controle químico
Tratamento de sementes e da parte aérea com fungicidas é uma das práticas mais importantes a serem consideradas. Especificamente para o controle químico da parte aérea, produtos à base de estrobilurinas e de triazóis, ou mistura destes dois grupos químicos, têm demonstrado bastante eficiência no controle das manchas foliares. Lembrando que os fungicidas usados devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a cultura.