Triticale
Virose do Nanismo-Amarelo-da-Cevada
Autores
Maria Imaculada Pontes Moreira Lima - Embrapa Trigo
Marcia Soares Chaves - Embrapa Clima Temperado
Flávio Martins Santana - Embrapa Trigo
Douglas Lau - Embrapa Trigo
Leila Maria Costamilan - Embrapa Trigo
(Barley Yellow Dwarf Virus – BYDV)
Principais Características
A virose conhecida como “nanismo-amarelo-da-cevada” é uma doença que acomete diversos cereais de inverno limitando a produção de grãos no Brasil e no mundo. Como o seu nome sugere, os sintomas típicos desta doença são a redução do crescimento da planta e a alteração da cor do limbo foliar. Também são sintomas típicos, a redução da massa foliar, da massa de raízes, do número e do peso de grãos. Em campo, os sintomas são observados na forma de reboleiras. Como para outras viroses, os sintomas tendem a ser mais severos quanto mais cedo durante o desenvolvimento da planta ocorrer a infecção. A expressão dos sintomas é favorecida por temperaturas mais baixas e alta luminosidade.
Agente causal
Esta doença é causada não apenas por uma espécie de vírus, mas por um complexo composto por distintas espécies, pertencentes uma única família (Luteoviridae). Estes vírus são transmitidos por pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae). Originalmente, os vírus causadores do nanismo-amarelo em cereais foram classificados em função da especificidade de transmissão pela espécie de vetor (inseto), estando posicionados em dois gêneros: Luteovirus e Polerovirus.
Ciclo da Doença
Na planta infectada, as partículas virais circulam pelo sistema vascular (floema). A transmissão do vírus requer a presença do afídeo (pulgão) vetor, que ao se alimentar da seiva de uma planta infectada multiplica as partículas virais acumulando-as na glândula salivar do inseto. Assim, quando este afídeo (pulgão) se alimenta em uma planta sadia ocorre a transmissão do vírus. Este vírus não é transmitido por nenhum outro inseto, sementes, solo ou mecanicamente. A capacidade de infectar várias espécies de gramíneas perenes e anuais que atuam como reservatórios do vírus ao longo do ano e a capacidade de transmissão por diversas espécies de afídeos são dois componentes importantes na epidemia e na expansão da população viral.
Controle
Considerando que não há medidas de tratamento após a infecção, devem ser empregadas estratégias que visam impedir a entrada e disseminação do vetor na lavoura. Podem ser utilizadas para este fim: as práticas culturais, o controle químico e o controle biológico do vetor. As práticas culturais visam eliminar as “pontes verdes” que atuam como reservatórios do vírus e de seu vetor fornecendo a fonte de inóculo para culturas sadias em implantação. O controle biológico teve grande êxito no Brasil reduzindo de forma considerável a população de afídeos. O controle químico pode ser realizado no tratamento de sementes e em aplicações após a implementação da cultura, que são determinadas em função da população do afídeo. Além destas medidas, devem ser utilizadas cultivares que tenham resistência ao vetor e ao vírus. A resistência genética da planta é considerada um dos melhores métodos para o controle de pragas e doenças, uma vez que não necessita da operação de aplicação, não apresenta custos diretos para o agricultor, não agride o ambiente e é compatível com os demais métodos de controle.