Ferrugem

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Selma Cavalcante Cruz de Holanda Tavares - Embrapa Solos

Diógenes da Cruz Batista - Embrapa Semiárido

Daniel Terao - Embrapa Meio Ambiente

Maria Angélica Guimarães Barbosa - Embrapa Semiárido

 

 

 A ferrugem da videira é uma doença que pode ser bastante destrutiva quando encontra condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento e não controlada rapidamente. O fungo Phakopsora euvitis Ono é o seu agente causal, sendo um parasita obrigatório. Os sintomas são observados como pústulas amarelas e pequenas na face inferior de folha. Na face superior correspondente, observa-se queima da área foliar afetada. Os sintomas e sinais iniciam nas folhas mais velhas para as mais novas aproximadamente entre 40 e 50 dias antes da colheita, estendendo-se ao período de repouso da planta. Nos estágios mais avançados do desenvolvimento da doença também se observam teliósporos de coloração marrom escura, entremeados com uredósporos. As folhas colonizadas amarelecem e secam. Entretanto, quando o ataque é severo, pode ocorrer queda prematura das folhas. A desfolha precoce reduz o crescimento de porta-enxertos, prejudica a maturação dos frutos e afeta o acúmulo de reservas das plantas adultas, comprometendo as safras seguintes. As bagas das plantas infectadas tornam-se amolecidas, murchas e sem uniformização de cor, apresentam um maior teor de açúcares, porém não reduz a produtividade quando o produtor aplica fertilizante foliar.
 
Fotos: Diógenes da Cruz Batista (A) e Roberto Luiz Xavier da Silva (B)

 

Figura 1. Sintomas de ferrugem em folhas de videira: pústulas amarelas na face inferior da folha (A); e presença de teliósporos e uredósporos em estágio mais avançado de desenvolvimento da doença (B).

 
Como medida de controle, é indicado o uso de cultivares resistentes. No entanto, as cultivares mais utilizadas e derivadas de Vitis labrusca L., V. vinifera L. e V. aestivalis Minchx são suscetíveis a esta doença. Outras medidas que devem ser adotadas são: evitar o uso de sistema de irrigação sobrecopa (aspersão); estabelecer quebra-ventos, visando minimizar a disseminação do patógeno; adquirir mudas ou qualquer outro material vegetal propagativo acompanhada de Certificado Fitossanitário de Origem – CFO; monitorar e realizar inspeções periódicas no parreiral, visando a detecção de focos iniciais de infecção; e eliminação, por meio da queima, dos restos de cultura por ocasião da poda. O uso de fungicidas é indicado, principalmente o tebuconazole, que tem propiciado maior eficiência no controle da ferrugem da videira. No entanto, até o momento, apenas um fungicida (ditiocarbamato + estrobilurina) tem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle desta doença.