Cochonilhas

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Andréa Nunes Moreira

Beatriz Aguiar Jordão Paranhos - Embrapa Semiárido

José Eudes de Morais Oliveira - Embrapa Semiárido

 

As cochonilhas têm como características gerais, tamanho reduzido e hábito de sugar a seiva das plantas. Muitas espécies são recobertas por secreções cerosas produzidas por glândulas epidérmicas existentes tanto nas ninfas quanto nos adultos. Estes insetos podem atacar troncos, ramos, folhas e frutos. Quando o ataque é intenso, pode-se observar um enfraquecimento generalizado das plantas. A simples presença de focos desta praga em caules, ramos, folhas e/ou cachos da videira caracteriza o alcance do nível de ação.

O controle cultural é o mais indicado, com a eliminação e retirada dos ramos, folhas e frutos atacados. Caso seja necessário utilizar o controle químico, utilizar produtos registrados para estes insetos em videira.

 

Cochonilha-pérola-da-terra Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) (Hemiptera: Margarodidae)

E. brasiliensis é uma cochonilha subterrânea, somente prejudicando as plantas quando o inseto encontra-se na fase de ninfa, pois, os adultos são desprovidos de aparelho bucal. A sucção da seiva nas raízes provoca o definhamento progressivo, redução da produtividade e, até mesmo, a morte das plantas. O declínio das plantas é resultado da injeção de toxinas pela cochonilha. Em parreirais adultos, as folhas apresentam-se amareladas entre as nervuras (de maneira semelhante à deficiência de magnésio), os bordos das folhas ficam encarquilhados, podendo ocorrer, em alguns casos, queimaduras nas bordas. As plantas atacadas, geralmente, apresentam-se pouco vigorosas, com entrenós curtos e, posteriormente, entram em declínio e morrem. No caso de novos plantios, as plantas desenvolvem-se normalmente no primeiro ano. Contudo, a partir do segundo ano, a brotação torna-se fraca e desuniforme, culminando com a morte da planta, geralmente, no terceiro ano.

A dispersão da cochonilha pérolda-da-terra pode se dar por meio de:mudas, não apenas de videira, mas também de qualquer outra espécie frutífera e/ou de plantas ornamentais; água de enxurrada, principalmente a que provoca erosão; implementos agrícolas, como grades, arados, enxadas, etc.; locomoção da larva primária no solo, sendo esta uma forma de disseminação muito lenta; e formigas, transportando larvas para novos pontos.

Devido ao hábito subterrâneo e ao desenvolvimento em forma de cisto, essa praga não responde aos métodos convencionais de controle. Medidas de prevenção devem ser utilizadas, como: não utilizar solo da área infestada para a produção de mudas; não plantar em áreas com histórico de ocorrência da praga; fazer o revolvimento do solo, expondo os insetos aos raios solares; realizar calagem profunda e adubação equilibrada; em focos, isolar áreas infestadas, para evitar disseminação do inseto por implementos agrícolas; controlar as plantas invasoras hospedeiras desta praga; uso de porta-enxertos resistentes e/ou tolerantes.