Traça-dos-cachos

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

José Eudes de Morais Oliveira - Embrapa Semiárido

Beatriz Aguiar Jordão Paranhos - Embrapa Semiárido

Andréa Nunes Moreira

 

A traça-dos-cachos - Cryptoblabes gnidiella (Millière, 1864) (Lepidoptera: Pyralidae) - é um microlepidóptero que vem provocando sérios danos às cultivares de uva destinada à elaboração de vinhos e que tem atacado também, ainda que em menor proporção, cultivares para mesa. Os ovos de C. gnidiella são postos isoladamente, nos pedúnculos dos cachos ou nas folhas. Inicialmente, são brancos e, posteriormente, tornam-se alaranjados. No início do desenvolvimento, as lagartas apresentam coloração laranja claro, passando para cinza, com duas listras longitudinais pretas. No último instar, a lagarta é envolvida por uma fina teia e, posteriormente, transforma-se em pupa, no próprio cacho. O adulto possui de 14 a 16 mm de envergadura e de 6 a 7 mm de comprimento.

 

 Fotos: Cristiane G. Manzoni.

Figura 1. Lagarta (A), pupa (B) e adulto (C) da traça-dos-cachos (Cryptoblabes gnidiella).

 

As lagartas podem se alojar no interior das inflorescências e/ou dos cachos ainda verdes, causando o murchamento do engaço e, consequentemente, o secamento das bagas. Quando o ataque ocorre próximo à colheita, provocam o rompimento das bagas, resultando no extravasamento do suco sobre o qual proliferam bactérias que provocam a podridão ácida.

Fotos: Cristiane G. Manzoni (A) e José Monteiro Soares (B).

 
Figura 2. Danos provocados pela traça-dos-cachos Cryptoblabes gnidiella no cacho da uva.

 

O monitoramento de C. gnidiella pode ser realizado utilizando-se armadilhas tipo delta com feromônio sexual sintético específico, visando à detecção do momento da ocorrência de insetos adultos no parreiral.

 

Fotos: Sivaldo N. Pereira.

 
Figura 3. Armadilha tipo delta iscada com feromônio sexual específico para a traça-dos-cachos Cryptoblabes gnidiella: armadilha recém colocada (A) e após uma semana de exposição (B).
 

Nível de ação: por se tratar de uma praga que até pouco tempo era considerada de importância secundária para a cultura da videira, o seu nível de ação ainda não foi definido.

 

Controle

  • Biológico: sob baixos níveis de infestação, o controle biológico natural, realizado por parasitoides, pode impedir o aumento da população desta praga.
  • Químico: sob altos níveis de infestação, recomenda-se a aplicação de inseticidas registrados para o controle desta praga na cultura da videira, procurando atingir o inseto no interior dos cachos, onde as lagartas ficam abrigadas.