Soja
Poda mista para produção de duas safras por ano
Autor
Patrícia Coelho de Souza Leão - Embrapa Semiárido
Deve-se selecionar o ramo mais próximo à base, onde se faz uma poda curta, deixando-se uma vara com duas a quatro gemas, que poderão dar origem a duas varas no ciclo seguinte. Nas varas da poda anterior, localizadas mais próximas à base do braço primário, selecionam-se ramos com vigor e maturação satisfatórios para serem submetidos a uma poda média, geralmente com sete a oito gemas. Assim, a poda mista consiste na formação de unidades de produção compostas por um ou mais esporões e, em geral, por três varas de produção por saída lateral. As varas devem ser podadas com comprimento variável em função do vigor do ramo e da localização das gemas férteis. Em uma mesma planta, podem existir ramos vigorosos, intermediários e fracos, situação que deve ser levada em consideração por ocasião da poda. O número de varas de produção por planta é bastante variável, pois depende da condição de desenvolvimento e do vigor da planta, podendo-se utilizar, na poda mista, em plantas normais e bem desenvolvidas, uma densidade de aproximadamente 4,6 varas por metro quadrado.
Em condições semiáridas tropicais, a poda pode ser realizada em qualquer época do ano, mas recomenda-se um intervalo mínimo de 30 a 60 dias entre a colheita e a poda do ciclo seguinte. Durante este período de repouso, é importante que a área foliar seja mantida sadia e com disponibilidade hídrica reduzida, de modo a paralisar o crescimento vegetativo, condicionando o acúmulo de carboidratos nas raízes, caule e ramos. As principais práticas culturais realizadas durante este período são o monitoramento de ocorrência de pragas e doenças e a realização dos tratamentos fitossanitários, da adubação orgânica e mineral no solo e da irrigação.