Adubação e calagem

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

George Wellington Bastos de Melo - Embrapa Uva e Vinho

 

Existem três tipos fundamentais de adubação: a de correção, efetuada antes do plantio, a de plantio, realizada na ocasião do plantio do porta-enxerto ou da muda, e a de manutenção, realizada durante a vida produtiva da planta.

 

Adubação de Correção

Como o nome já diz, é feita para corrigir possíveis carências nutricionais. Nela procura-se corrigir os teores de fósforo, potássio e boro. 

Os indicadores da disponibilidade de P e K para os solos do RS é o método Mehlich 1 e para o boro o método da água quente. A quantidade de nutriente a ser aplicada baseia-se em análise de solo. Os fertilizantes devem ser aplicados 10 dias antes do plantio e devem ser distribuídos em toda área.

As fontes utilizadas para fósforo são os superfosfatos e fosfatos naturais, enquanto que para o potássio recomenda-se o uso do cloreto de potássio ou sulfato de potássio.

 

Adubação de Plantio

Esta adubação tem finalidade complementar a adubação de correção. Utiliza-se esterco, composto orgânico e fertilizantes químicos à base de nitrogênio. A época de realização dessa operação, como o próprio nome diz, é na ocasião do plantio.

A fonte de N a ser utilizada deve ser aquela mais fácil de ser encontrada na região. Quando for utilizado ureia deve-se tomar o cuidado para evitar perdas por volatilização, assim o solo deve estar úmido e/ou incorporar o fertilizante ao solo. Tem-se observado que o uso de esterco e composto orgânico proporciona crescimento mais uniforme das mudas, principalmente naqueles solos onde foi realizado emparelhamento da superfície para construção de patamares. Em solos com menos de 2,5 g kg-1 de matéria orgânica recomenda-se a aplicação de esterco de gado na dose 80 t ha-1 ou 20 m3 de composto orgânico

 

Adubação de manutenção 

Tem a finalidade de repor os nutrientes que são exportados na forma de frutos. A recomendação é feita na expectativa da produtividade a ser alcançada e na concentração de nutrientes no tecido.

 

Calagem

Tem como finalidade eliminar prováveis efeitos tóxicos dos elementos que podem ser prejudicial às plantas, tais como alumínio e manganês, e corrigir os teores de cálcio e magnésio do solo. Para a videira o pH do solo deve estar próximo de 6,0. No RS e SC utiliza-se o índice SMP como indicador da necessidade de calagem, no entanto existem outros indicadores, tais como alumínio trocável e saturação de bases. Deve-se dar preferências para o uso do calcário dolomítico (com magnésio), sendo que o mesmo deve ser aplicado ao solo, pelo menos, 3 meses antes do plantio, distribuindo-se em toda área.

Normalmente após três a quatro anos após a implantação do vinhedo há necessidade de fazer uma nova calagem. O modo de aplicação do calcário é bastante controverso, pois em regiões de ocorrência de fusariose, o corte do sistema radicular pode aumentar a mortalidade de plantas infectadas por fusarium, e, em vinhedos sob Neossolos, há afloramento de rochas. Nas duas situações é proibitivo a prática da incorporação do calcário, sendo então necessário a aplicação do calcário na superfície sem a necessidade de incorporação.