Remediação de solos

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Itamar Soares de Melo - Embrapa Meio Ambiente

 

Embora o uso de pesticidas tenha contribuído para o aumento da produtividade agrícola, também tem sido responsável por efeitos adversos ao meio ambiente, assim como à saúde humana. Isso se traduz pelo acúmulo de resíduos tóxicos ao longo da cadeia alimentar com impactos não apenas imediatos, mas a longo prazo, com danos à fauna e à flora, bem como às atividades produtivas diretamente dependentes do uso de recursos naturais básicos, como a água e o solo. Efeitos danosos a longo prazo incluem dificuldades no estabelecimento de cultivos futuros.

A pesquisa para a utilização de tecnologias mais baratas a serem empregadas em solos e águas subterrâneas contaminadas por xenobióticos, isto é produtos estranhos ao ambiente, tem levado a um maior interesse pela biorremediação, incluindo a remediação baseada na utilização de plantas ou fitorremediação. A tolerância ou resistência de algumas espécies a solos contaminados tem servido de base para investigações sobre as interações entre os organismos vegetais e determinados contaminantes. Evidências dessa interação têm sido relatadas, ocorrendo basicamente de três maneiras: a) pela assimilação direta dos contaminantes e a subseqüente acumulação de metabólitos não tóxicos nos tecidos vegetais, como componente estrutural; b) pelo estímulo da atividade microbiana provocada pela liberação de produtos naturais eliminados pela raiz, isto é os exsudatos; e, c) pelo aumento da mineralização na região da rizosfera provocada pelo consórcio microbiano. Essas evidências sugerem que a vegetação pode desempenhar um papel importante na biorremediação de solos superficiais contaminados.

Para locais contaminados por resíduos de pesticidas, o estabelecimento da vegetação pode ser problemático, por causa da presença de misturas de produtos em concentrações muito acima das toleradas. No entanto, existem plantas tolerantes à herbicidas que podem sobreviver nestes ambientes e são candidatas ideais para que se avalie a influência das comunidades microbianas da rizosfera na degradação de pesticidas.

Foto: Itamar Soares de Melo 

Pseudomonas

Figura 1. Pseudomonas