Fungos

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Itamar Soares de Melo - Embrapa Meio Ambiente

 

Os fungos têm evoluído muitos mecanismos de sobrevivência e metabolismo de fontes nutricionais. Assim, durante a evolução, eles desenvolvem mecanismos de competição por nutrientes e/ou espaço e diferentes métodos de antagonismo. Aqueles fungos que melhor exploram determinados micro-habitats e competem com sucesso com outros microrganismos, podem se constituir em potentes agentes de controle biológico. Os fungos freqüentemente crescem sobre outros fungos na natureza, embora essa associação não necessariamente implique uma relação parasítica. Muito embora não seja bem compreendida, esse micoparasitismo é de ocorrência geral entre todos os grupos de fungos. Muitos desses micoparasitas demonstram possuir uma ampla gama de hospedeiros, como Trichoderma e Gliocladium. Outros parasitas apresentam uma limitada gama de hospedeiros, como por exemplo Sporidesmium sclerotivorum.

Foto: Itamar Soares de Melo 

Trichoderma

Figura 1. Trichoderma

 

Dois tipos de interações micoparasitas têm sido reconhecidas e estudadas: micoparasitismo biotrófico e micoparasitismo necrotrófico. No micoparasitismo biotrófico, o parasita obtém nutrientes de células vivas, com pouco ou nenhum dano aparente para o hospedeiro. Nessas interações, o parasita ataca o hospedeiro sem penetração, obtendo nutrientes por meio de células de absorção ou, então, pode penetrar na hifa e crescer internamente sem efeitos aparentes no seu desenvolvimento. Já no micoparasitismo necrotrófico, o parasita destrói a célula hospedeira e utiliza os nutrientes do hospedeiro. A invasão é freqüentemente iniciada por meio de enrolamento de hifas do parasita sobre hifas do fungo patogênico ou por penetração direta de hifas. Esses micoparasitas são os preferidos quanto à exploração no controle de patógenos de solo.

Foto: Itamar Soares de Melo 

Trichoderma

Figura 2. Trichoderma