Vetores de genes

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Itamar Soares de Melo - Embrapa Meio Ambiente

 

Duas estratégias potenciais se aplicam ao uso de microrganismos endofíticos como vetores de genes de resistência. A primeira delas refere-se ao uso direto de bactérias que apresentam atividade entomopatogênica natural. A outra estratégia  refere-se ao uso desses microrganismos como hospedeiros para expressarem genes oriundos de outros microrganismos do solo, ou mesmo genes sintéticos visando o controle  biológico de pragas. Neste contexto, os estudos com os microrganismos geneticamente modificados estão mais avançados, principalmente em relação às bactérias, embora o uso de microrganismos naturalmente benéficos seja também desejável no atual cenário mundial.

Bacillus thuringiensis representa o principal agente de controle biológico, sendo responsável por 95% do mercado mundial de biopesticidas. A sua atividade entomopatogênica está relacionada à produção de corpos de inclusão cristalinos, compostos por uma ou mais proteínas conhecidas como d-endotoxinas, onde cada classe é codificada por um único gene cry.

Os primeiros microrganismos, de outros gêneros, a terem o gene cry inserido no genoma foram as bactérias associadas à rizosfera de milho, visando o controle de insetos da ordem Lepidoptera. Em virtude da proximidade filogenética, outras espécies de Bacillus spp. tiveram o gene da d-endotoxinas introduzido no genoma.

Foto: Itamar Soares de Melo 

Figura 1. Cristais piramidais de Bacillus thuringiensis, agente de biocontrole de insetos