Biobutanol

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Talita Delgrossi Barros - Consultora autônoma

 

O biobutanol é um álcool composto por quatro carbonos, tendo a seguinte fórmula molecular: C4H8OH. Este composto é obtido a partir da fermentação da matéria-prima, que pode ser beterraba, cana-de-açúcar, trigo, milho ou mandioca.

Este biocombustível apresenta muitos benefícios, como menor corrosão, menor predisposição para a contaminação da água, redução nas emissões de carbono para o meio ambiente e utilização em motores com combustão interna ou como complemento nas misturas de etanol e de gasolina.

Nas misturas de etanol, o biobutanol melhora a pressão de vapor do etanol e a absorção da água, representando um obstáculo ao amplo uso de etanol. O biobutanol não apresenta nenhum dano aos automóveis, pois mantém os padrões industriais.

Quando comparado com o etanol, apresenta a vantagem de produzir mais energia por litro. Desta forma, o potencial de energia do biobutanol é inferior em 5% a dos combustíveis fósseis.

Este composto pode ser misturado à gasolina em grandes proporções, sem a necessidade de serem feitas adaptações nos automóveis, promovendo, assim, a redução da dependência mundial do petróleo. Além disso, este combustível pode ser distribuído por gasodutos.



Processo Industrial

Para produzir etanol a partir da fermentação de açúcares, os pesquisadores utilizaram espécies de bactérias do gênero Clostridium. Mas, antes do processo fermentativo, é necessário que a matéria-prima, no caso a palha, seja pré-tratada e, em seguida, hidrolisada.

No processo de hidrólise são utilizadas enzimas que possibilitam a separação da celulose e da hemicelulose (que formam a parede celular das plantas). Desta forma, os açúcares simples são liberados e a bactéria pode fermentá-los, gerando três produtos: acetona, etanol e butanol, este último componente é produzido em maior proporção.

São feitos quatros passos preparatórios, de forma separada e sequencial, sendo eles: tratamento prévio, hidrólise, fermentação e recuperação. Por meio de muitas pesquisas e testes foi possível unir duas fases do processo em apenas uma, melhorando assim toda a cadeia produtiva.

Por exemplo, a palha de trigo é diluída com ácido sulfúrico e, em seguida, é fermentada em um biorreator com três tipos de enzimas diferentes e com uma cultura de Clostridium beijerinckii. Isto possibilita que as enzimas e bactérias interajam, diminuindo os gastos industriais do processo.

As bactérias somente começarão a fermentar quando as enzimas hidrolisarem a palha e liberarem os açúcares. Finalmente, compostos como etanol e acetona são eliminados para que o biobutanol fique em sua forma pura.

Industrialmente, o rendimento tem sido de aproximadamente 379 litros por tonelada de palha. A produção de butanol brasileira pode ser proveniente do caldo, do bagaço ou da palha de cana, ou mesmo, da palha de cereais ou forrageiras.