A situação da disponibilidade de água no Brasil, de certa forma, é privilegiada, uma vez que está incluído entre os países de maior reserva de água doce, estimada em 13,8% do deflúvio médio mundial. No entanto, devido às suas dimensões geográficas continentais e diversidade climática, algumas regiões sofrem graves problemas de escassez de água, como grande parte da região Nordeste. Nessa região, está inserido o Semiárido, onde a maioria das comunidades rurais tem limitações de recursos hídricos tanto para o consumo das famílias, dos animais como para produção de alimentos.
 

A principal característica dessa região é o regime pluviométrico, cujas chuvas ocorrem de forma irregular tanto no tempo como no espaço. De acordo com a literatura, apenas três em cada dez anos são considerados normais quanto à distribuição das precipitações (Figura 1).

 

     Foto: Nilton de Brito Cavalcanti, 2009

    

 

    Figura 1. Paisagem em dia de chuva no Semiárido

No que se refere a precipitação total média anual, o Semiárido brasileiro é considerado como aquele onde ocorre maior volume de precipitação, comparativamente a outras regiões semiáridas do mundo. No entanto, o número limitado de reservatórios para captação e armazenamento de água, no âmbito das comunidades rurais, está entre os principais fatores que contribuem para a baixa disponibilidade desse recurso nessa região.
 

Esta situação também é severamente agravada pelas elevadas taxas evapotranspirométricas, que contribuem para a baixa disponibilidade de água das fontes superficiais e favorecer na concentração de solutos, degradando a qualidade das águas.
De acordo com a disponibilidade, os recursos hídricos podem ser classificados em superficial e subterrâneo, e aqui serão descritas as principais características de cada tipo e as alternativas de captação, e o uso eficiente dos mesmos.