Frutíferas

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Francisco Pinheiro de Araújo - Consultor autônomo

 

No Semiárido, os estudos com fruetieras são pouco comuns e, quando existem, quase sempre estão mais voltados para o aproveitamento de forma extrativista. A existência de uma grande variedade de plantas frutíferas de ocorrência no bioma Caatinga e/ou adaptadas às condições de sequeiro, de sabores exóticos, de grande apelo entre as principais tendências atuais de consumo de produtos naturais, reforça a ideia da coleta, caracterização e cultivo em escala comercial dessas fruteiras.

Algumas atividades de coleta e avaliação agromorfológica desenvolvidas na Embrapa Semiárido com as espécies nativas e/ou adaptadas de importância regional, têm fundamentado uma nova opção de exploração em escala comercial dessas plantas, a exemplo do maracujá do mato (Passiflora cincinnata Mast), a goiabinha (Psidium ssp), o araticum (Annona ssp) e o umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda).

Das espécies citadas, o umbuzeiro é a fruteira de maior importância para o Nordeste. Além do uso na alimentação humana e animal pode ser utilizada como porta-enxerto de outras espécies do mesmo gênero, tais como: a ceriguela (S. purpurea), o cajá-manga ou cajarana (S. cytherea) e o umbu-cajá (Spondias sp.). Assim, o umbuzeiro permite maior diversificação de uma fruticultura comercial nas áreas dependentes de chuva, bem como o aproveitamento dos frutos para produção de doces e geleias entre outros derivados.

O cultivo sistemático dessas fruteiras poderá, ainda, amenizar os efeitos das irregularidades no regime das chuvas, pela resistência que essas espécies apresentam à seca. A integração da fruticultura às atividades das pequenas indústrias de beneficiamento e processamento dos frutos, com agregação de valor aos produtos, irá contribuir para a melhoria da renda dos agricultores familiares.

O enriquecimento da Caatinga com plantas de umbuzeiro é uma alternativa de manejo sustentável, já que preserva a Caatinga em seu estado natural, além de aumentar a densidade das plantas com características desejáveis para até 50 plantas por hectare.

      Foto: Francisco Araújo, 2009

    

    Figura 1: Produção de frutos de maracujá do mato