Sabiá

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Marcos Antônio Drumond - Embrapa Semiárido

 

O sabiá ocorre naturalmente nos estados do Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará, parte do Maranhão e de Pernambuco, e na chapada do Araripe, divisa com o Ceará. Esta espécie tem crescimento cespitoso, ou seja, de um mesmo ponto na base da planta partem vários fustes ou troncos (Figura 1) e ocorre, preferencialmente, em áreas de solos profundos e férteis. Mas tem apresentado bom desenvolvimento nos locais de solo mais pobres. Nesses casos, trata-se de cultivos comerciais, é importante suprir as plantas com adubação orgânica e/ou química.       

                 Foto: Marcos Drumond ,2010
               
 
                Figura 1: Árvore de sabiá e detalhe do tronco
 
 

Essa espécie se destaca como uma das principais fontes de estacas para cercas no Nordeste, em especial no estado do Ceará. A partir do terceiro ao quarto ano, já pode fornecer estacas para cercas. A madeira também é utilizada para energia, apresentando peso específico em torno de 0,87g cm-3 e um teor de carbono de aproximadamente 73%.

Estas características qualificam a espécie como uma boa opção para a produção de lenha e carvão. Atualmente, nas áreas irrigadas do Vale do Rio São Francisco, as estacas dessa espécie são amplamente comercializadas e utilizadas, em especial, como tutores para sustentação dos parreirais. 

Para as condições do Semiárido brasileiro, é considerada uma espécie de rápido crescimento, com incremento médio de 1m de altura por ano. Segundo estudos da Embrapa Semiárido, o sabiá, com sobrevivência de 92% aos 8 anos de idade, apresentou altura média de 5,8m e diâmetros a altura do peito de 7,7 cm, traduzindo em um incremento médio anual (IMA) de 4,9 m3/ha ano-1

No Nordeste, em região subúmida, obteve-se um volume médio de 46,5m3 por hectare em plantações com seis anos de idade, com espaçamento de 2 x 2 m, apresentado um IMA em torno de 7,7 m3/ha ano-1. Estes dados mostram que a produção de madeira varia em função da zona ecológica em que a espécie é plantada. 

Foi introduzida com êxito em regiões úmidas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que nesses locais a espécie é conhecida como sansão-do-campo. É uma árvore de pequeno porte que pode atingir, em fase adulta, até 8m de altura e cerca de 20 cm de diâmetro à altura do peito. Seu tronco apresenta espinhos que desaparecem com a idade, enquanto que os ramos, quando jovens mantêm esta característica.