Medicinais

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Ana Valéria de Souza - Consultora autônoma

 

A Caatinga é um dos principais ecossistemas brasileiros onde podem ser encontradas inúmeras espécies com potencial medicinal, que são utilizadas para o tratamento de diversas enfermidades. Entre essas espécies, destacam-se a amburana de cheiro ou cumarú (Amburana cearensis), a pata de vaca ou mororo (Bauhinia cheilantha), a catingueira (Poincianella pyramidalis), a imburana de cambão (Commiphora leptophloeos), o alecrim pimenta (Lippia sidoides), a jurema preta (Mimosa tenuiflora), a aroeira (Myracrodruon urundeuva), a barauna (Schinopsis brasiliensis), o umbu (Spondias tuberosa), a quixabeira (Syderoxylum obtusifolium) e o juazeiro (Ziziphus joazeiro).

As indicações de uso terapêutico, mais comuns para estas espécies são em casos de diabetes, cefaléias, hemorragias, gastrites, úlceras, má digestão, disenterias, problemas do aparelho urinário, gripes, tosses, resfriados, asma, bronquite, cólicas, reumatismo e prisão de ventre. Ainda são utilizadas como anti-inflamatório, cicatrizante, adstringente, febrífugo, vermífugo, laxante, analgésico, calmante, sedativo, hipotensor, antialérgico, antitumoral e diurético.

        Foto:Lúcia Kiill ,1998                                                          Foto:Lúcia Kiill ,1998
       
 
 Figura 1: Exemplos de espécies nativas         Figura 2:casca de aroeira e baraúna
comercializadas em feira. - sementes de
umburana de cheiro.
 

As espécies medicinais da Caatinga são coletadas não apenas para uso da população local, mas também para comercialização em um mercado consumidor informal considerável. A coleta, muitas vezes, é realizada por pessoas que desconhecem as técnicas adequadas para se obter o produto desejado e acabam causando danos que podem levar a planta à morte, o que é uma agressão ao ecossietema.

No entanto, várias comunidades locais já possuem sistemas próprios de manejo sustentável, e por isso, praticam também a conservação dessas espécies. Considerando a experiência acumulada entre as gerações, fazem as coletas na medida de suprir as suas necessidades primárias em saúde. Portanto, o extrativismo é realizado, mas associado a um manejo adequado a fim de conservar as espécies.

O impacto negativo desta coleta extrativista das plantas medicinais da Caatinga é consideravelmente baixo, porque as quantidades utilizadas das plantas no preparo dos medicamentos são pequenas. Além disso, a coleta é realizada sem, eliminar as plantas, e, quando há necessidade dessa eliminação, os coletores se preocupam em não eliminar a população natural.