Características silviculturais

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Paulo Ernani Ramalho Carvalho - Consultor autônomo

 

Embora apresente esse mecanismo adaptativo na fase de viveiro, C. pentandra é apontada por Lamprecht (1990) como árvore acentuadamente heliófila. Como as espécies heliófilas são árvores colonizadoras de superfícies abertas e precursoras, torna-se evidente que essa espécie apresenta algum tipo de dependência de abertura de clareiras para completar seu ciclo de vida. Essa espécie não tolera baixas temperaturas. 

 

Hábito: a sumaúma apresenta arquitetura segundo o modelo de Massart, constituída por tronco monopodial ortotrópico, galhos plagiotrópicos e copa frondosa (HALLÉ et al., 1978). 

 

Métodos de regeneração: para a Amazônia Ocidental brasileira, recomenda-se plantar a sumaúma a pleno sol, em plantios puros, mistos e em clareiras (NEVES et al., 2003).

No Equador, C. pentandra é plantada em escala comercial. 

 

Sistemas agroflorestais (SAFs): na Ásia, a sumaúma é cultivada também em sistema de taungya. Essa espécie é plantada com espaçamento a partir de 6 m entre linhas e 3 m entre plantas para seguir intercalando cultivos perenes (café, chá) e de ciclo curto. Na ilha de Java, árvores jovens a partir de 3 anos, são usadas como suporte para a pimenta-trepadeira (LAMPRECHT, 1990).

No México, C. pentandra é usada em sistemas agrossilvicultural, como árvore de sombra e cerca-viva, em consórcio com cacau, arroz e mandioca.

Na Bolívia, essa espécie é recomendada como componente da fileira central das cortinas de três ou mais fileiras e para enriquecimento de cortinas quebra-ventos naturais (JOHNSON; TARIMA, 1995), devendo ser plantada de 5 m a 7 m entre as árvores.

Na Amazônia Brasileira, o uso de sistema taungya, tendo espécie florestal como a sumaúma para produção de laminados, associada com cultivos de ciclo curto como milho, feijão e mandioca, entre outros, pode constituir-se ação promissora para o uso de áreas desmatadas. Esse sistema permite reduzir os custos de implantação (NEVES et al., 2003).