Nabo Forrageiro

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Luis Carlos Hernani - Embrapa Solos

 

O nabo forrageiro tem crescimento  inicial rápido e elevado efeito supressor sobre plantas daninhas, especialmente, as de folhas largas. Sua fitomassa tem fácil e rápida decomposição devido à baixa relação carbono/nitrogênio (C/N), disponibilizando, de imediato, nutrientes às culturas subsequentes. As suas raízes influenciam as condições físicas do solo, atuando, especialmente, sobre a descompactação, tornando o solo mais permeável e solto.

No Sistema Santanna o nabo forrageiro é cultivado, simultaneamente, em duas das glebas, todos os anos, portanto, no período outono-inverno essa cultura ocupa cerca de 66% da área total (Figura 1).

 

Rotação

Figura 01. Distribuição espaço-temporal das culturas do Sistema Santanna.
Fonte: Luís Carlos Hernani

 

Após a colheita da cultura de verão, que ocorre normalmente no mês de março, faz-se a dessecação da cobertura vegetal (plantas daninhas). Neste caso, aplicam-se simultaneamente: glifosato (960 g/ha) + flumioxazin (15 g/ha) + óleo mineral (0,4 L ha-1). A pulverização é por via terrestre usando pulverizador, com bicos do tipo leque (comum XR 110-05), pressão de 300 Bar, volume de aplicação de 100 L ha-1.

Entre dez e quinze dias após a dessecação, semeia-se o nabo forrageiro, cultivar "AL 1000", no espaçamento entre linhas de 45,5 cm e densidade de 51 sementes por metro de linha, ou seja, em torno de 12 kg ha-1 de sementes (germinação entre 60-80 %).

Ao longo do cultivo do nabo forrageiro não há necessidade de qualquer ação de manejo. Mas, na região Sudoeste do Brasil Central, principalmente nos meses de julho e agosto, a umidade relativa do ar é bastante baixa (entre 10 e 20%) e a precipitação pluvial é praticamente nula. Assim, para proteger as áreas cobertas com culturas vegetais vivas e/ou mortas contra acidentes com fogo, entre os meses de maio e junho, são implantados aceiros no entorno das glebas, nos locais onde o trânsito de pessoas, de veículos ou máquinas, é mais frequente. Para isto, o solo é preparado e os resíduos incorporados, usando-se grade de discos (24 discos de 26 polegadas), numa faixa de 5 a 6 m de largura, nas bordas dessas áreas.

A colheita é realizada apenas em área suficiente para a produção de grãos a serem usados como "sementes" na semeadura, no ano seguinte. A colheita é mecanizada e, em geral, realizada em agosto, com a mesma colheitadora utilizada na colheita de soja.