Formação do solo Tropical

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

Maria José Zaroni - Embrapa Solos

Humberto Gonçalves dos Santos - In memoriam

 

Formação do Solo

 

= f (MATERIAL DE ORIGEM, RELEVO, CLIMA, ORGANISMO E TEMPO)

 

Material de origem: mineral ou orgânico – fator passivo e de resistência
 

Clima e seres vivos: fatores ativos na formação do solo

 

Relevo: condicionamentos modificadores

 

Tempo: duração das ações


O processo de formação do solo ou pedogênese se inicia com o intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, são fenômenos físicos, químicos e biológicos que agem sobre o material de origem.

O tipo e intensidade do intemperismo podem ser relacionados com a temperatura, pluviosidade e a vegetação de uma região. O intemperismo físico predomina nas regiões de temperatura e pluviosidade baixas. Já nos trópicos, onde as temperaturas são mais elevadas e a ação da chuva e a biológica são mais intensas, o intemperismo químico é mais pronunciado.

Como demonstrado na Figura 1, o solo é proveniente da ação biológica e climática sobre um determinado material de origem (rocha, sedimentos orgânicos etc.) numa determinada condição de relevo através do tempo onde se verificam processos de adições, perdas, translocações e transformações de energia e matéria.

 

Figura 1: Representação esquemática da formação dos solos, contemplando o pedon, perfil e alguns horizontes do solo.
Fonte: Santos et al. (2005)

 

Os solos das regiões tropicais ou dos trópicos possuem muitas peculiaridades decorrentes das condições ambientais (clima, relevo, material originário e vegetação). Nestas regiões, verifica-se um processo pedogenético ou de formação de solo mais acelerado, estando associado ao clima tropical úmido com temperaturas mais elevadas e ação mais intensa da água e pela presença exuberante de organismos atuando como agentes formadores do solo.

Quanto maior a disponibilidade de água (chuvas mais intensas e frequentes), mais completas são as reações químicas do intemperismo. Como consequência, os minerais primários das rochas sofrem reações químicas e o resultado são solos com maior proporção de minerais secundários refletindo as variações de material originário (composição mineralógica).

Em condições tropicais predominam os solos cauliníticos, lateríticos e ricos em óxidos de ferro, alumínio e titânio caracterizados em sua grande maioria, por serem muito intemperizados e geralmente de fertilidade baixa a muito baixa. São muito heterogêneos quanto à morfologia, à composição química e às propriedades físico-hídricas.

O estudo do solo explica porque um solo difere do outro na cor, na espessura, na textura, na sua composição química, nas propriedades físico-hídricas e na sua capacidade de fornecer nutrientes às plantas, o que lhes confere as condições de potenciais e limitações muito variáveis para uso e manejo agropecuário e florestal.