Solos Tropicais
Argissolos Amarelos
Autores
Humberto Gonçalves dos Santos - Im memorium
Maria José Zaroni - Embrapa Solos
Eliane de Paula Clemente Almeida - Embrapa Solos
São originados principalmente de materiais argilosos ou areno-argilosos sedimentares da formação Barreiras na região litorânea do Brasil ou nos baixos platôs da região amazônica relacionados à Formação Alter – do – Chão, mas podem ser identificados fora dos ambientes de tabuleiros e platôs amazônicos.
O relevo nas áreas de ocorrência é pouco movimentado favorecendo a mecanização no uso das terras. A principal limitação de uso é a fertilidade normalmente baixa, risco de erosão causada pela diferença de textura superficial e subsuperficial e condições de declividade. Apresentam boas condições físicas de retenção de umidade e boa permeabilidade.
São intensivamente utilizados para culturas de cana-de-açúcar e pastagens e, em menor escala, para cultivo de mandioca, abacaxi, coco da baía e citros e grandes áreas de reflorestamento com eucalipto. Na Amazônia são utilizados principalmente para pastagem.
Terceiro nível categórico do SiBCS (GRANDES GRUPOS):
Os Argissolos Amarelos podem ser classificados no terceiro nível categórico do SiBCS como demonstrado no quadro abaixo, onde são relacionadas as características destas classes de solo e as implicações para uso e manejo.
| Terceiro nível | Características |
| Alíticos | Solos de baixa fertilidade; Teores muito elevados de alumínio no solo afetando significativamente o desenvolvimento de raízes; atividade de argila igual ou maior do que 20 cmolc/kg de argila. |
| Alumínicos | Teores muito elevados de alumínio no solo afetando significativamente o desenvolvimento de raízes; atividade de argila menor do que 20 cmolc/kg de argila. |
| Distrocoesos | Solos de baixa fertilidade e adensados |
| Distróficos | Solos de baixa fertilidade |
| Eutrocoesos | Solos de alta fertilidade e adensados |
| Eutróficos | Solos de alta fertilidade |
Quarto nível categórico do SiBCS (SUBGRUPOS):
As classes dos Argissolos Amarelos são classificadas no quarto nível categórico do SiBCS como demonstrado nos quadros abaixo, onde são relacionadas as características destas classes de solos e as implicações para uso e manejo.
- ARGISSOLOS AMARELOS Alíticos ou Alumínicos
| Quarto nível | Características |
| abrúpticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. |
| plínticos | A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| epiáquicos | Presença de camadas úmidas no perfil por longos períodos, favorecendo o aparecimento de doenças. |
| típicos | Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação. |
- ARGISSOLOS AMARELOS Distrocoesos
| Quarto nível | Características |
| arênicos fragipânicos | Solos muito arenosos até a profundidade de 50 a 100 cm; suscetíveis à erosão. A presença de um horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. |
| arênicos | Solos muito arenosos até a profundidade de 50 a 100 cm; suscetíveis à erosão. |
| planossólicos fragipânicos | Presença de altos teores de argila dispersa que pode causar a formação temporária de um lençol de água suspenso. A presença de um horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. |
| planossólicos | Presença de altos teores de argila dispersa que pode causar a formação temporária de um lençol de água suspenso. |
| Abrúpticos fragipânicos espódicos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de horizontes fragipã e espódico dificulta a penetração de raízes e de água. |
| abrúpticos fragipânicos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de um horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. |
| abrúpticos espódicos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de um horizonte espódico dificulta a penetração de raízes e de água. |
| abrúpticos petroplínticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de petroplintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| abrúpticos plínticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| abrúpticos solódicos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão; Presença de sódio tolerada pela maioria das plantas. |
| abrúpticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. |
| fragipânicos espódicos | A presença de horizontes fragipã e espódico dificulta a penetração de raízes e de água. |
| fragipânicos plínticos | A presença de horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| fragipânicos plácicos | A presença de horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. O caráter plácico significa solos com a presença de finas camadas cimentadas por ferro ou ferro e manganês com ou sem a presença de matéria orgânica podendo causar impedimento à passagem de raízes e de água. |
| fragipânicos | A presença de horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. |
| epiáquicos | Presença de camadas úmidas no perfil por longos períodos, favorecendo o aparecimento de doenças. |
| espódicos | A presença de horizonte espódico dificulta a penetração de raízes e de água. |
| plínticos | A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| latossólicos | Solos com a presença de um horizonte latossólico. |
| úmbricos | Presença de Horizonte superficial, com boa estrutura, bom teor de carbono, mas de baixa fertilidade. |
| típicos | Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação. |
- ARGISSOLOS AMARELOS Eutrocoesos
| Quarto nível | Características |
| abrúpticos plínticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| abrúpticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. |
| plínticos planossólicos | Indicativo de restrição à drenagem podendo causar a formação temporária de um lençol de água suspenso. |
| fragipânicos | A presença de horizonte fragipã dificulta a penetração de raízes e de água. |
| plínticos | A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| lépticos | Restrição à drenagem devido a contato lítico na subsuperfície. |
| típicos | Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação. |
- ARGISSOLOS AMARELOS Distróficos
| Quarto nível | Características |
| abrúpticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. |
| plínticos | A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| úmbricos | Presença de Horizonte superficial, com boa estrutura, bom teor de carbono, mas de baixa fertilidade. |
| típicos | Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação. |
- ARGISSOLOS AMARELOS Eutróficos
| Quarto nível | Características |
| plínticos | A presença de plintita indica drenagem imperfeita e restrição da profundidade efetiva do solo. |
| planossólicos | Presença de altos teores de argila dispersa que pode causar a formação temporária de um lençol de água suspenso. |
| solódicos | Presença de sódio tolerada pela maioria das plantas. |
| abrúpticos | A diferença textural dificulta a infiltração de água no solo e o torna suscetível à erosão. |
| típicos | Não apresentam nenhuma característica restritiva no quarto nível de classificação. |