Cevada

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autor

Cristina Yoshie Takeiti - Embrapa Agroindústria de Alimentos

 

A cevada (Hordeum sp.) pertence à família das gramíneas e sua utilização remonta desde o Egito Antigo (6000 – 5000 AC), mas foram os gregos e romanos que a utilizaram na produção de pão. Este cereal é o quinto mais produzido no mundo e é utilizado tanto na alimentação humana como na ração de animais. No Brasil, é principalmente cultivada na região Sul, mas também é encontrada em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Da produção nacional (267.170 toneladas, FAO/2007), 75% são usadas pela indústria, 19% para produção de ração animal e 6% para semente.
 

O grão da cevada tem formato alongado, com a parte central mais espessa e extremidades cônicas. A casca protege o grão do ataque de predadores, servindo para o processo de malteação e fermentação, representando, em média, 13% do peso do grão.

A malteação é o principal uso econômico da cevada para a produção de cerveja e destilados(whisky), além do grão ser utilizado na composição de farinhas ou flocos para panificação, na produção de remédios e na formulação de produtos dietéticos e análogos do café.

A malteação é um processo controlado de germinação, onde o grão é embebido em água e mantido a 10-12oC, produzindo um complexo de enzimas capazes de converter o amido do cereal em açúcares fermentecíveis, além de fornecer aminoácidos em quantidades adequadas e outros nutrientes para a ação da levedura. Já a fermentação é um processo no qual o amido é convertido a álcool, primeiro pela transformação do amido em açúcar e, depois, pela fermentação deste açúcar em álcool pela ação das leveduras.

A utilização da cevada para a produção da farinha compreende as etapas de:

(1) Classificação – umidade máxima de 13%, presença de outras sementes máxima de 2%, ausência de odores e sabores estranhos.
 

(2) Limpeza e condicionamento – a cevada em casca é limpa e condicionada na umidade adequada para a moagem.

(3) Branqueamento – o branqueamento é uma operação que visa a eliminação de enzimas presentes no grão que deteriorariam a farinha e é realizada por aplicação de vapor ou dióxido de enxofre.

(4) Moagem e aspiração da casca.
 
(5) Separação do gérmen.
 

(6) Trituração, aspiração, classificação por peneiragem.

 
(7) Polimento e obtenção de sêmola ou cevada descascada.
A sêmola, ou cevada descascada, pode dar origem a 2 produtos diferentes: se for aplicado vapor, amassamento em rolos e secagem, temos a cevada em escamas; mas se a cevada descascada for somente triturada, temos a farinha que é utilizada em sopas, pães e alimentos infantis.