Apicultura

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

Luiz Gonzaga Bione Ferraz - Consultor autônomo

Luiz Gonzaga Mascarenhas - Consultor autônomo

 

As atividades de apicultura (criação racional de abelhas com ferrão) e meliponicultura (criação racional de abelhas nativas sem ferrão) são atividades presentes há bastante tempo nas regiões do Agreste e Sertão de Pernambuco, e recentemente tem tomado impulso na Zona da Mata Pernambucana. É considerada uma atividade sustentável visto que contribui para fixação do homem no campo, pois 75% das famílias que desenvolvem a atividade concentram-se na produção de base familiar. A apicultura pernambucana produz cerca de 2,2 mil toneladas de mel, sendo as regiões dos Sertões do Araripe e Moxotó, os principais pólos produtores, que também estão entre os dez maiores do país. Por esta razão, a maioria dos projetos e financiamentos para esta cadeia normalmente se voltam para essas regiões, excluindo outras áreas produtoras do estado.

A viabilidade do negócio e a lucratividade em tempo inferior a dois anos são apontados como principais fatores motivadores do surgimento e crescimento desta atividade na Zona da Mata pernambucana, região tradicionalmente canavieira.

Não obstante os esforços de inserir e fortalecer uma cadeia produtiva diferenciada numa região caracterizada pela monocultura da cana-de-açúcar, os apicultores da Mata Pernambucana convivem com limitações estruturais, como ausência de casas de mel, aliadas às dificuldades de acesso à tecnologia, aos serviços de assistência técnica e, principalmente, de acesso aos mercados, em face da desorganização da oferta, do baixo consumo interno de mel e produtos da colmeia e, consequente, obtenção do certificado para comercialização.

Tabela 1. Média da produção anual de mel na Mata Sul de Pernambuco, 2009.

Município

N° Produtores

N° Colmeias

Produção Anual

 (kg)

Litoral

20

294

10.750,6

Sirinhaém

4

73

2.146,2

Tamandaré

3

31

911,4

Rio Formoso

10

173

5.115,6

Barreiros

3

77

2.577,4

Região de Catende

38

580

16.674

Belém de Maria

9

240

6.962,2

Catende

6

150

5.320

Jaqueira

10

28

6.116

Maraial

13

162

3.775,8

Região de Ribeirão

22

154

6.672,4

Amaraji

12

79

3.001,6

Ribeirão

4

45

2.170

Primavera

6

30

1.500,8

Total Geral

80

1.028

32.333

 Fonte: Pesquisa de campo.

 

Como principal entrave encontrado no desenvolvimento da cadeia do mel, destaca-se a inadimplência dos produtores, que tem prejudicado a liberação de recursos por parte dos agentes financiadores, impedindo a implantação dos vários apiários demandados. Há ainda necessidade de se investir na preservação dos pastos apícolas da região, na qualificação dos técnicos e apicultores, bem como na melhoria tecnológica de processos de produção e beneficiamento.