Território Mata Sul Pernambucana
Cana-de-Açúcar
Autores
Romualdo Camelo de Sena - Consultor autônomo
Djalma Euzébio Simões Neto - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Tabela 1. Principais variedades de cana-de-açúcar e locais indicados para cultivo na Mata Sul Pernambucana
VARIEDADE | ENCOSTA MANUAL | ENCOSTA MECANIZÁVEL | CHÃ | VÁRZEA | ||||
A | B | A | B | A | B | A | B | |
RB 72454 |
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| X |
| X |
| X |
RB 867515 | X |
| X | X | X | X | X |
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RB 92579 | X | X | X | X |
| X | X |
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RB 813804 |
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| X |
| X |
| X |
SP 791011 |
| X |
| X |
| X |
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Legenda: A= Litoral Sul; B= Mata Sul
Normalmente, o plantio começa no período do inverno, iniciando-se em maio e indo até meados de setembro. Após essa operação, inicia-se a moagem da cana-de-açúcar plantada no ano anterior, bem como o plantio de verão de forma irrigada, utilizando-se em média 11 a 12 t/ha de sementes. Esses procedimentos dependem evidentemente das condições pluviométricas predominante na ocasião.
Via de regra, as adubações de fundação e de cobertura são realizadas manualmente ou com uso de trator, dependendo da topografia. A quantidade e formulação a ser usada são definidas pela análise de solo.
Com relação às ocorrências fitossanitárias, para as condições da Mata Sul Pernambucana, as pragas importantes são a cigarrinha-da-folha e o cupim-dos-rebolos. No caso da primeira, o controle é realizado pela aplicação de inseticida químico ou pelo uso de controle biológico (fungo entomopatogênico produzido pelo Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA). Para o cupim-dos-rebolos, seu controle é realizado pelo uso de cupinicidas registrados para a cultura.
Normalmente, a maioria das doenças da cana-de-açúcar na Mata Sul é de caráter secundário, excetuando-se o raquitismo das soqueiras (causado por bactéria), que é tratado pela ação térmica ou pelo uso de mudas sadias provenientes de cultura de tecidos.
Dentre os tratos culturais normalmente utilizados no plantio da cana-de-açúcar, o controle do mato é de suma importância, pois concorre diretamente com a cultura na absorção de nutrientes e água. Para correção deste problema, utilizam-se dois tipos de controle:
1. Mecânico – por meio do uso de enxada e cultivador.
2. Químico – por meio da aplicação de herbicidas, que podem ser de pré e pós-emergência das plantas daninhas.
A época de colheita se dá após a queima da palhada, que facilita bastante a operação, ocorre normalmente no período de verão, ou seja, de setembro a março do ano seguinte ao plantio. A mesma é realizada de forma manual com o corte rente ao solo. Antes desse procedimento, é muito importante levar em consideração a capacidade de corte e o escoamento da produção, a fim de reduzir perdas de rendimento, como deixar a cana-de-açúcar cortada no campo.
A produtividade varia de acordo com diversos fatores, tais como: variedade, topografia, tratos culturais, controle de pragas e doenças, entre outros. Com um bom manejo cultural a colheita da cana-planta em cultivo irrigado e de várzea poderá chegar até 150 t/ha, e para plantio em áreas de encosta e sob regime de sequeiro na Mata Sul, poderá atingir até 70 t/ha.
Finalmente, fechando a cadeia produtiva da cultura da cana-de-açúcar, no caso de fornecedores, a comercialização é realizada diretamente com as usinas produtoras de açúcar e/ou álcool, e nas destilarias autônomas. Lembrando ainda, que em menor escala, alguns pequenos produtores comercializam a matéria-prima em engenhos para produção de rapadura e cachaça.