Território Mata Sul Pernambucana
Instalação da Cultura
Autores
João Emmanuel Fernandes Bezerra - Consultor autônomo
Ildo Eliezer Lederman - Consultor autônomo
Rosimar dos Santos Musser - Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Eduardo Alves da Silva - Consultor autônomo
Elizabeth Araújo de Albuquerque Maranhão - Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA
Rildo Santori Barbosa Coelho - Consultor autônomo
Fábio César - Consultor autônomo
1. Preparo do terreno
Efetuar, se necessário, destocamento, arranquio e roçagem, em seguida realizar a aração e uma a duas gradagens. Em locais já cultivados com solos leves (arenosos) pode-se dispensar a aração e gradagem, efetuando-se o plantio direto. Geralmente as operações de aração e gradagem, que devem ser feitas, visam facilitar o bom desenvolvimento do frágil sistema radicular da planta. Se possível utilizar a tração animal ou manual para essas operações.
2. Época do plantio
De preferência, no início da estação chuvosa, quando o solo apresenta umidade satisfatória, o que facilita o pegamento das mudas. Para a Mata Sul Pernambucana recomenda-se os meses de janeiro a março. O plantio poderá também ser efetuado durante todo o ano, dependendo das condições de umidade do solo, da disponibilidade de mudas e da época que se deseja colher.
3. Cultivares
As cultivares Pérola ou Pernambuco e Jupi são as mais plantadas para o consumo in natura, enquanto que, para exportação e industrialização, a ‘Smooth Cayenne’ é a mais recomendada. Enquanto a ‘Pernambuco’ e a ‘Jupi’ possuem espinhos nas folhas, frutos em forma cônica para a primeira e clíndrica para a segunda, peso médio de um quilo e meio, polpa de coloração amarelo-pálida e sabor doce, a ‘Smooth Cayenne’ tem folhas lisas e os frutos são cilíndricos, com peso médio de dois quilos, polpa de coloração amarela e sabor ácido.
4. Obtenção e seleção das mudas
Recomenda-se usar mudas de boa procedência, que apresentem bom aspecto, sejam sadias e vigorosas e de tamanho uniforme. Devem ter um comprimento maior do que um palmo (mais de 20 cm) nunca menos e colhidas em plantio, onde o número de frutos doentes tenha sido mínimo. Descartar aquelas com o menor sinal de goma. As mudas mais recomendadas são os filhotes ou mudas de cacho, que aparecem na base do fruto. Procurar não misturar, no mesmo plantio ou talhão, tipos de mudas com tamanhos diferentes a fim de se obter uma produção a mais homogênea possível. Após a colheita dos frutos, proceder a ceva, ou seja, deixar as mudas na planta mãe até atingirem o tamanho ideal para o plantio. Isto se dá em torno de 45 a 60 dias.
5. Cura e tratamento das mudas
Após a colheita e seleção das mudas, estas deverão passar por um período de, aproximadamente, 15 dias expostas à sombra, espalhando-as ao solo sem amontoá-las. Após essa operação, proceder uma outra seleção descartando as defeituosas e aquelas que apresentam vestígios de doenças.
No caso de ser observada a incidência de cochonilha no local de cultivo ou em áreas próximas. O tratamento recomendado é o de mergulhar as mudas por 3 a 5 minutos numa solução contendo Paratiom metílico ou etiom. Após o tratamento, deixar as mudas espalhadas por uma semana, para então fazer outra seleção rigorosa, queimando-se ou enterrando-se as que apresentarem sinais de goma.
6. Espaçamento
A distância entre as plantas pode variar de acordo com o solo, a cultivar e outros fatores. Recomenda-se os seguinte espaçamentos.
• Fileiras simples: 0,90 m x 0,30 m com 37.000 plantas/ha.
• Fileiras duplas: 1,00 x 0,40 m x 0,40 com 35.000 plantas/ha.
7. Coveamento ou sulcamento
O plantio pode ser feito com sulcos, quando se dispõe de sulcadores, ou em covas abertas com enxadas. Tanto as covas como os sulcos devem ter profundidade suficiente para impedir o tombamento das mudas. Em terrenos acidentados, o plantio em sulcos deve ser protegido com cordões em contorno para diminuir o efeito da erosão.