Território Mata Sul Pernambucana
Cajá
Autores
Ildo Eliezer Lederman - Consultor autônomo
João Emmanuel Fernandes Bezerra - Consultor autônomo
José Severino de Lira Júnior - Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA
A cajazeira (Spondias mombim L.) é uma árvore frutífera pertencente à família Anacardiaceae, na qual também estão inseridos o umbuzeiro, cirigueleira, cajaraneira, cajueiro e mangueira, dentre outras. Seu centro de diversidade é brasileiro, abrangendo as áreas de Mata Atlântica e da Amazônia Ocidental.
No Brasil, a cajazeira ocorre espontaneamente de forma isolada ou agrupada nas matas, várzeas, brejos de altitude e áreas de pastagens, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde seus frutos são conhecidos comumente como taperebá e cajá ou cajá-mirim, respectivamente. É muito comum em todos os municípios da Mata Sul Pernambucana, tanto nos fragmentos de florestas quanto em meio aos canaviais e capoeiras. Populações extrativistas da região retiram parte de sua renda, na época da safra, da coleta dos frutos.
Nas áreas de ocorrência espontânea pode atingir até 30 m de altura e a copa mais de 20 m de diâmetro. O tronco é ereto com aproximadamente 2 m de circunferência, casca de coloração acinzentada, rugosa e fendilhada. As flores são dispostas em cachos (panículas) com cerca de 2.000 flores por cacho. Contudo, somente de 10 a 12 frutos atingem a maturação por cada cacho. O fruto apresenta forma ovoide, casca fina e lisa de coloração amarelo-alaranjada. O caroço é volumoso, branco e enrugado, dentro do qual pode se encontrar até cinco sementes, no entanto, geralmente ocorre apenas 1 semente. Também há caroços que não contém nenhuma semente. A polpa possui sabor ácido-adocicado e coloração amarelo-alaranjada.
No mercado de polpas e seus derivados, tanto no Nordeste quanto na Zona da Mata de Pernambuco, o cajá apresenta uma das maiores demandas entre as frutas comercializadas nas Ceasas, feiras-livres e supermercados. Apesar de o elevado potencial agroindustrial, a cajazeira ainda é explorada de forma extrativista, em pomares domésticos e/ou em plantios desorganizados, conduzidos com baixo nível tecnológico. Tal extrativismo é responsável pela pouca oferta de frutos, sendo um dos principais problemas para as agroindústrias de polpa por não atender as demandas do mercado consumidor.