Irrigação

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

João Emmanuel Fernandes Bezerra

Ildo Eliezer Lederman

 

A gravioleira necessita de água para crescer e produzir. Estima-se que a sua necessidade hídrica esteja entre 1.000 a 1.200 mm. A implantação de um sistema de irrigação varia de um local para outro, em função do déficit hídrico, da luminosidade e da temperatura, entre outros fatores. A utilização da irrigação localizada, principalmente a microaspersão, vem sendo o sistema mais preferido em razão da economia de água, quando comparada com a aspersão convencional e, também, pela pouca exigência de filtragem em relação ao gotejamento


PRAGAS


• Brocas-do-tronco-e-dos-ramos (Cratosomus bombina bombina e Euripages pennatus) – geralmente é detectada pela presença de excrementos, pela exsudação pegajosa escura, no tronco e ramos, e pela presença de serragem nas galerias abertas pela larva. O controle é feito através de injeção de inseticida nas perfurações. Recomenda-se também, efetuar a poda e a queima dos ramos atacados;


•    Broca-do-fruto (Cerconota anonella)– ataca os botões florais e os frutos em qualquer estágio de desenvolvimento. Nos frutos, é facilmente reconhecida em razão das lagartas se alimentarem da parte interna e pela cor escura que se forma ao redor do local atacado e, também, pela serragem que é expelida para o exterior. O controle pode ser feito pelo ensacamento dos frutos sadios, quando atingirem de 3 a 5 cm de comprimento pelo enterrio dos frutos atacados e pelo tratamento preventivo através das pulverizações das inflorescências e dos frutos com inseticidas, a cada 20 dias, até bem próximo à maturação dos frutos;


•    Broca-da-semente (Bephratelloides maculicollis) – geralmente é reconhecida porque os frutos atacados apresentam um grande número de furos. O controle é feito pelo ensacamento dos frutos sadios, pelo enterrio dos frutos atacados e pelas pulverizações com inseticidas em intervalos de 15 dias.


DOENÇAS


•Cancro-depressivo ou cancrose. Causada por Phomopsis sp., ataca plantas de qualquer idade, provocando a morte dos ramos e até da planta. Este fungo penetra nos tecidos através de aberturas naturais e nas axilas (intersecção) de ramos ou por ferimentos causados por danos mecânicos ou pragas. Os sintomas iniciais são caracterizados pelo aparecimento, nas intersecções ou nas axilas dos ramos, de exsudações ou manchas pretas. Sob essas manchas, pode ser encontrado um tecido necrosado ou morto. Em alguns casos, os sintomas iniciais manifestam-se na forma de rachaduras nos ramos e no tronco. A doença pode progredir sob a casca, provocando depressão e morte dos tecidos.


Como medida de controle, recomenda-se podar e destruir os ramos secos e, nos locais onde ocorrem as rachaduras ou as exsudações escuras, raspar superficialmente as lesões e pincelar sobre elas uma pasta fungicida.



•Podridão-da-casca e podridão-seca-do-fruto. Causada por Botryodiplodia theobromae, que ataca os ramos, o tronco, os botões florais e os frutos. Nos ramos e nos troncos, provoca lesões escuras sob a casca, secamento de ponteiros e morte dos ramos. No entanto, os maiores danos ocorrem nos botões florais e nos frutinhos recém-nascidos. Este fungo ataca também frutos já desenvolvidos. A penetração do fungo ocorre através do pedúnculo ou por ferimentos causados pela broca-da-semente.

    As medidas de controle adotadas para essa doença, nos ramos e no tronco, são as mesmas adotadas para o cancro-depressivo ou cancrose. Para o controle das doenças dos botões florais, dos frutinhos e dos frutos já desenvolvidos, recomenda-se:

•    Apanhar e destruir todos os frutos secos ou doentes do pomar.

•    Pulverizar, a intervalos de 7 a 10 dias, os botões florais e os frutos de qualquer idade com inseticidas, tomando-se o cuidado de alternar os produtos.


• Antracnose. Causada por Colletotrichum gloeosporioides), ataca ramos jovens, frutinhos recém-nascidos, botões florais e frutos já desenvolvidos. Nos ramos jovens, provoca lesões e desfolhamento. Nos frutinhos e nos botões florais, esse fungo provoca lesões escuras, causando a sua morte e sua queda. Em frutos já desenvolvidos, esse fungo causa lesões escuras, com formações de cor rosa no centro, que são os seus esporos ou propágulos. Em algumas situações favoráveis, ocorrem rachaduras na casca, seguidas de apodrecimento do fruto. As medidas de controle dessa doença em botões florais e frutos são as mesmas adotadas para a podridão-seca-do fruto.


Podridão-parda-do-fruto. Causada por Rhizopus stolonifer, é também denominada de podridão-aquosa ataca principalmente os frutos já desenvolvidos, provocando uma podridão aquosa e tornando a polpa escura e com odor desagradável. A denominação de podridão-parda decorre da coloração da casca e da polpa dos frutos atacados. A incidência da doença é alta no período de fevereiro a junho, principalmente se houver chuvas prolongadas, aliadas a temperaturas noturnas abaixo de 15ºC.

Como medida de controle, recomenda-se retirar e destruir todos os frutos atacados. Quando ao controle químico, ainda não há fungicidas eficazes que podem ser recomendados.