Propagação

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autor

Mairon Moura da Silva - Universidade Federal do Agreste de Pernambuco

 

O maracujazeiro pode ser multiplicado por sementes, comercialmente o usual, e vegetativamente por estaquia e enxertia.

As sementes podem ser obtidas de frutos selecionados pelo próprio produtor. Os frutos devem vir de pomares sadios e bem conduzidos, produtivos, vigorosos, precoces, resistentes a doenças e pragas, com frutos ovalados, grandes, com coloração da casca amarelo-intenso e polpa alaranjada. O produtor deve retirar sementes de frutos vindos de mais de vinte plantas, diminuindo os problemas de autopolinização no pomar.

As sementes podem secar no interior dos frutos ou serem retiradas deles e colocadas para fermentar em recipientes de vidros ou louça, por dois ou três dias, facilitando a separação da mucilagem da semente. As sementes devem ser secas à sombra, sobre jornal, em camadas finas e em local arejado. A extração também pode ser feita com auxílio de um despolpador ou liquidificador, onde as facas cortantes são substituídas por um eixo giratório capaz de produzir um turbilhão.

Antes da semeadura, as sementes devem ser tratadas contra possíveis doenças. O armazenamento pode ser de até três meses, sendo acondicionadas em sacos plásticos e em condições ambientais. Sob refrigeração (5 a 10 oC) podem permanecer viáveis até um ano, acondicionadas em sacos plásticos.

O produtor também pode obter sementes de fornecedores registrados, principalmente se optar pelo plantio dos híbridos ou seleções já existentes no mercado, certificando-se de sua finalidade de comercialização.

A propagação por estaquia é recomendada apenas para multiplicação de plantas matrizes. As estacas colhidas da porção apical de ramos em crescimento vegetativo e com 2 a 4 nós enraízam facilmente quando enterradas até 2/3 do seu comprimento e iniciam o enraizamento antes de dois meses, sendo transplantadas para recipientes ou local definitivo um a dois meses mais tarde.

A enxertia é realizada em porta-enxertos vindos de sementes de linhagens reconhecidamente resistentes à fusariose. Os tipos de enxertia mais utilizados são a fenda cheia e inglês simples. Os porta-enxertos podem ser enxertados quando apresentarem 25 cm de altura e 3 mm de diâmetro, e os garfos devem ser coletados da parte mediana dos ramos, com dois a três nós.

As mudas vindas de sementes podem ser produzidas em sacos de polietilieno preto ou em tubetes. Os sacos de polietileno devem apresentar dimensões 10 x 25 ou 18 x 30 cm, sanfornados e com perfurações. O substrato deve ser composto de três partes de terra para uma de esterco de curral bem curtido. Essa mistura deve ser tratada com. A semeadura é realizada com três sementes por saco a uma profundidade de um a três centímetros. A cobertura instalada a 70 cm de altura deve ser retirada gradativamente com o desenvolvimento da planta. A germinação ocorre entre 12 e 30 dias, variando em função da temperatura, idade das sementes, condições do substrato, etc. A irrigação deve ser realizada duas vezes ao dia de acordo com a necessidade e o controle de doenças pela aplicação semanal ou quinzenal de produtos a base de cobre. O desbaste é realizado com a tesoura de poda quando as plantas apresentam duas folhas verdadeiras, preservando-se a mais vigorosa.

A partir do quarto par de folhas de folhas até a emissão das gavinhas (60 a 80 dias após o semeio) as plantas estarão prontas para irem ao campo. Antes do transplante deve-se reduzir a irrigação para uma melhor adaptação ao campo.