Pragas

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

José Severino de Lira Júnior - Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA

João Emmanuel Fernandes Bezerra - Consultor autônomo

Ildo Eliezer Lederman - Consultor autônomo

 

Broca-do-caule-e-dos-ramos


A broca-do-caule-e-dos-ramos ou broca-das-mirtáceas (Timocratica palpalis Zeller) é a principal praga da pitangueira. O adulto é uma mariposa de coloração branca, medindo aproximadamente 40 mm de comprimento. Os ovos são colocados nos galhos e troncos.

Os danos à planta são causados pelas lagartas, que apresentam coloração violeta-amarelada e medem cerca de 30 mm. A presença da praga é facilmente reconhecida pela ocorrência de pequenos orifícios nas áreas lesionadas, e formação de teias e excrementos em seu redor.

As lagartas brocam os ramos e o tronco, abrindo galerias que são posteriormente fechadas com uma teia e excrementos de cor marrom, e destruindo a casca em volta da abertura da galeria. Quando o ataque se dá nos ramos, observa-se o secamento progressivo do galho e, quando ocorre no caule, a planta fica comprometida e só a identificação da presença do inseto em tempo hábil pode evitar a sua morte.

Para controlar a broca do caule e dos ramos recomendam-se os seguintes procedimentos:

1. Podar os ramos lesionados abaixo do ponto de secamento e, imediatamente, destruí-los com fogo, visando eliminar as fases de ovo, larva e pupa do inseto;

2. Pulverizar o caule e ramos atacados com defensivos. Como na fase larval o inseto destrói a casca dos ramos e/ou do caule, a proteção externa destas partes da planta com inseticida controlará a praga nessa fase.

Atualmente, não existe nenhum produto registrado para a cultura da pitanga junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Uma alternativa é a utilização da fosfina em pasta, na dosagem de 1 cm do produto comercial por cada orifício, que em seguida deve ser fechado com sabão.


Mosca-das-frutas


As moscas-das-frutas (Ceratitis capitata Wied. e Anastrepha spp.) são pragas comuns nos pomares de pitangueira. Suas larvas, de coloração branca, se desenvolvem no interior dos frutos alimentando-se da polpa, tornando-os imprestáveis para o consumo.

Os adultos da espécie Ceratitis capitata Wied. medem de 4 a 5 mm de comprimento, têm coloração branco-acinzentada com manchas pretas brilhantes e asas transparentes com faixas amarelas e castanhas. Já os adultos de Anastrepha spp. são um pouco maiores que os de C. capitata, apresentando coloração amarelada e asas transparentes com manchas escuras no formato de uma letra S.

Para controlar as moscas-das-frutas recomendam-se os seguintes procedimentos:

1. Detectar sua presença no pomar por meio do uso de frascos caça-moscas usando o melaço a 7% como atrativo. Utilizar dois frascos por hectare;

2. Após a constatação da presença dos adultos no pomar, iniciar o tratamento com iscas envenenadas; as iscas são preparadas acrescentando-se em 100 L de água, 7 L de melaço ou 5 kg de açúcar e mais um inseticida. A aplicação deve ser feita em plantas alternadas, na periferia do pomar, pulverizando-se cerca de 150 mL da solução sobre a folhagem da planta. Repetir o tratamento a cada sete dias. Considerando que a maior atividade de vôo das moscas-das-frutas se verifica no período da tarde, recomenda-se fazer o tratamento pela manhã, aumentando assim a eficiência de controle. Como medida complementar, não deixar os frutos apodrecerem sobre o solo do pomar.

Outras pragas, como um microhimenóptero, cuja espécie não foi ainda identificada, vêm provocando sérios prejuízos à cultura. O inseto adulto danifica os frutos, provocando pontuações escuras na pele e perfurando a polpa até as sementes. As larvas penetram no fruto fazendo pequenos furos, e completam o seu desenvolvimento no interior das sementes. Os adultos, quando emergem, fazem um orifício que vai da semente até a periferia do fruto, tornando-os imprestáveis para o consumo.
 

Pragas de importância secundária
 

Pragas de importância secundária, como pulgões e ácaros, também foram identificados como pragas da pitangueira. O pulgão ataca as folhas e os ramos novos, enquanto que os ácaros provocam danos nos frutos e folhas.