Tratos Culturais

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autor

Almir Dias Alves da Silva - Consultor autônomo

 

Controle de plantas invasoras

Deve-se deixar a área plantada com o inhame sempre livre de plantas invasoras. Por isso, aconselha-se efetuar limpas sempre que for necessário. Normalmente se faz de quatro a cinco capinas durante o ciclo da cultura.

Durante as operações de limpeza, deve-se ter cuidado para não cortar as raízes das plantas, que são superficiais, refazendo-se sempre os leirões com o chegamento de terra aos pés das plantas (amontoa). A limpa dos 129 dias deverá ser feita a mão.


Cobertura morta do solo

Deve ser feita logo após o plantio das “túberas-sementes” ,ou seja, de dezembro a janeiro, na Zona da Mata.

As “túberas-sementes” conservam-se muito bem no solo, porém são muito sensíveis aos raios solares e ao calor excessivo. Recomenda-se que, logo após o plantio, sejam cobertas as covas com uma camada de matéria morta capaz de diminuir os efeitos do sol, e proteger da umidade do solo. O material empregado na cobertura poderá ser capim, palha de arroz, “olhos de cana”, bagaço ou ainda pequenas ramas providas de folhas que são fincadas no meio das covas produzindo sombra no solo. Recomenda-se, também, incorporar a torta de filtro na base de 2 kg/cova.


Orientação do crescimento da planta

Esta prática é imprescindível para o desenvolvimento da cultura, por ser uma espécie trepadeira e de caule herbáceo. O tutoramento individual consiste em colocar, ao lado da planta, uma vara com cerca de 1,8 m de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, no plantio ou na emissão dos brotos para enrolamento do ramo principal. Vale ressaltar que, com as restrições impostas pelo enfoque conservacionista, há ausência quase total de produtores que disponham desse material sob cultivo, para utilizar com esta finalidade específica. Assim, pode-se desenvolver o sistema de tutoramento com o uso de arame, o qual apresenta-se como alternativa promissora em substituição ao sistema tradicional de varas. Usam-se estacas de 2 a 2,2 m de comprimento, no distanciamento de 8,5 a 12 m, em linhas de no máximo 50m, e um fio de arame 14 liso galvanizado a cerca de 1,4 m de altura do solo. As linhas de arame devem ser localizadas entre duas fileiras de plantio, sendo o crescimento das plantas orientado através de um barbante até o arame da espaldeira.


Capação

Essa operação é de grande importância para a obtenção de túberas-sementes. Nos plantios realizados quando o solo está úmido e ainda chove, nota-se que as plantas apresentam suas flores murchas e secas. Esta fase indica que as túberas, embora ainda não tenham atingindo o seu máximo desenvolvimento, já estão aptas para o consumo. Nesta fase deve-se proceder a “capação”. O processo é feito cavando-se lateralmente as covas e descobrindo-se, com cuidado, a túbera. Esta perto de seu ponto de ligamento com a parte aérea, apresenta-se um estreitamento onde se efetua o corte, separando-se a túbera da planta. Deve-se ter  o máximo de cuidado na “capação”, pois, quando mal feita, prejudica o desenvolvimento das sementes e danifica o produto a ser comercializado. O período ideal da capação é seis meses após o plantio.

 

 Irrigação

O fornecimento de água deve ser mantido durante todo o tempo de crescimento das túberas e floração. Sugere-se a aplicação de uma lâmina média de 22,5 mm, na frequência de irrigação de 5 dias, correspondendo a uma necessidade diárias de 4,5 mm.