Território Mata Sul Pernambucana
Mandioca
Autor
Almir Dias Alves da Silva - Consultor autônomo
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é originária da América do Sul, provavelmente da Região Amazônica. Na época do Descobrimento, os indígenas já cultivavam e processavam a mandioca. Antes de 1600, os negociantes portugueses trataram de disseminar essa cultura pelas regiões tropicais do mundo, levando a mandioca até o continente africano e depois para a África Oriental e Ásia. Pela sua importância no passado e pelo seu valor atual, a mandioca pode ser considerada como o produto mais importante na alimentação básica do povo brasileiro, oferecendo também opções na alimentação animal.
A cultura da mandioca admite regime de precipitação anual que varia de menos de 600 a 3.000 mm, bem distribuída. Desenvolve-se melhor em clima quente, com temperatura que varia de 25ºC a 35ºC, a colheita pode ser realizada praticamente o ano todo, indo desde os sete até os vinte e dois meses de semeadura. A Zona da Mata de Pernambuco possui características climáticas que permitem o seu cultivo.
Os aspectos tecnológicos e industriais da cultura da mandioca, já amplamente comentados na literatura, fornecem uma vastíssima gama de opções, carecendo apenas de mercados capazes de absorver uma elevação da produção nacional. Tais mercados potenciais, tanto interno como externos, seriam capazes de fomentar a produção de uma maior quantidade de raízes a ser utilizada no fabrico de produtos industriais, tais como farinhas panificáveis, raspas, massas, rações balanceadas, álcoois e fécula (amidos), por exemplo.
A mandioca é uma das maiores e melhores fontes de amido do mundo intertropical. É extremamente versátil no mercado, com capacidade também de promover a rotatividade de policulturas tropicais.
A despeito de toda a sua importância, das inúmeras tentativas realizadas no intuito de elevar o seu status de cultura de subsistência para cultura empresarial, e de todo o empenho da pesquisa em estudar e reduzir os efeitos dos fatores limitantes a sua produção, a mandioca continua sendo cultivada no Brasil como há séculos, através de pequenos produtores. Os investimentos feitos em pesquisa poderiam gerar resultados de extrema importância para a agricultura do Estado, desde que as tecnologias criadas fossem utilizadas.
A mandioca é uma das mais importantes culturas da Zona da Mata desde a época da colonização. No entanto, muitos problemas de ordem fitossanitária e fitotécnica têm sido registrados, sobretudo a presença de doenças como a podridão de raízes, fazendo com que o desempenho da cultura esteja muito aquém das principais regiões produtoras brasileiras. Os municípios que fazem parte do chamado “Corredor da Farinha” — Pombos, Vitória de Santo Antão, Glória do Goitá, Chã de Alegria, Feira Nova e lagoa de Itaenga — são os principais produtores da região.