Território Mata Sul Pernambucana
Pragas
Autor
Almir Dias Alves da Silva - Consultor autônomo
Mandarová
O mandarová da mandioca se caracteriza por sua alta capacidade de consumo foliar, principalmente nos últimos estádios de sua fase larval e, quando em altas populações, pode desfolhar totalmente a planta.
As fases de maior importância no controle são as de ovo e de larvas. Em plantações pequenas, recomenda-se a catação e destruição das lagartas. Práticas culturais como o controle de ervas daninhas e bom preparo do solo, podem reduzir a população de pupas e adultos.
Controle biológico – o controle biológico é recomendado pela quantidade de inimigos naturais do mandarová e também pela manutenção do equilíbrio ecológico. Os microhimenópteros Trichogramma spp. e Telenomus sp. são parasitos de ovos. Trabalhos realizados no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), confirmaram a potencialidade de Trichogramma spp., como agente de controle do mandarová, com índice de parasitismo natural variando de 29,76 a 65,66%, em quatro municípios do Estado do Paraná. O neuróptero Chrysopa sp. é predador de ovos, as lagartas são parasitadas por Apanteles sp. e moscas da família Tachinidae (Euphorocera floridensis e Drino sp.). Dentre os predadores de lagartas temos as vespas Polistes sp. e Polybia sericea e o hemíptero Podisus sp. O Bacilus thuringienses é muito efetivo na redução da população de lagartas, devendo ser aplicado em doses comerciais quando as lagartas estão nos três primeiros ínstares.
O controle biológico também pode ser feito com aplicação de Baculovirus erinnyis, tecnologia desenvolvida pela Epagri. O B. erinnyis deve ser aplicado quando se encontre de cinco a sete lagartas pequenas (até 3 cm) por planta, por isso recomenda-se vistoriar o plantio pelo menos uma vez por semana. Esse número de lagartas é flexível dependendo da idade e vigor das plantas. As lagartas pequenas costumam esconder-se na face inferior das folhas ou nos brotos apicais.
Ácaros
Os ácaros são uma das pragas mais severas da cultura da mandioca. Frequentemente atacam o cultivo durante os períodos secos, sendo encontrados na face inferior das folhas, podendo causar danos consideráveis em ataques prolongados.
O método mais racional é o controle integrado, ou seja, a integração da resistência varietal, controle biológico, práticas culturais e controle químico.
Resistência varietal: na seleção de variedades para resistência ao ácaro varete. Além da seleção de campo, o material considerado promissor deve ser avaliado em diferentes condições ambientais por vários anos, a fim de se verificar a estabilidade da resistência.
Controle biológico: entre os predadores dos ácaros destacam-se: Oligota minuta (Coleoptera: Staphylividae), Stethorus sp. (Coleoptera: Coccinelidae) e os ácaros da família Phytoseiidae.
Oligota minuta – são pequenos coleópteros negros que se localizam principalmente onde se encontram as maiores populações de M. tanajoa, podendo consumir na fase larval de 49 a 70 ácaros e de 44 a 61 ovos, e na fase adulta um total de 97 a 142 ovos e ácaros.
Stethorus sp. são coleópteros de cor preta com corpo arredondado, que mostram preferência por Tetranychus urticae.
Os ácaros da família Phytoseidae são os predadores mais eficientes do ácaro verde, uma vez que possuem ciclo de vida curtos, tamanho pequeno, boa sobrevivência quando a presa se encontra em baixa densidade, sendo inclusive capazes de utilizar outros tipos de alimentos como pólen, esporos de fungos e secreções de insetos.
Controle Cultural: Eliminação de restos da cultura anterior, seleção de material, inspeções periódicas no cultivo para verificar focos, pois os ataques começam em plantas isoladas, depois focos e invadem todo o cultivo.
Controle Químico: Em casos estritamente necessários, a aplicação de acaricida deve ser feita nos focos, entretanto, as chuvas causam diminuição da população de ácaros, não sendo portanto prático aplicar produtos químicos no final de períodos secos.