Território Mata Sul Pernambucana
Comunicação
Autor
José Gouveia de Figueiroa - Consultor autônomo
Dificuldade de acesso aos diversos canais de comunicação de massa, tem se constituído em problema a ser superado pela população rural do Território da Mata Sul Pernambucana, como forma de dinamizar um processo de participação e conscientização de um maior número de pessoas sobre a sua realidade, buscando uma participação mais efetiva na tomada de decisões sobre as mudanças, sobretudo as de ordem tecnológica, que atualmente ocorrem com rapidez.
Os principais meios de comunicação de massa no território são os jornais impressos na capital do estado; os canais de televisão, que podem ser acessados na zona rural por antenas parabólicas; e emissoras de rádios das cidades da Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata.
Ainda de forma incipiente, a internet tem alcançado a área urbana de todos os municípios. No entanto, boa parte das prefeituras municipais do território não possui sítio virtual na internet, em contraponto às tendências de massificação das novas mídias e às políticas públicas focadas em projetos de inclusão digital. Os carros de som nas cidades e povoados ainda são um meio de comunicação de grande relevância e muito utilizado, mesmo nos centros regionais, como Palmares e Barreiros. Serviços de alto-falante geralmente localizados na praça principal ou na zona central da cidade também são uma constante nos municípios do Território da Mata Sul Pernambucana.
A exemplo do que ocorre em milhões de lares do Brasil, o rádio ainda é o principal instrumento de informação e entretenimento na Mata Sul, por ser uma mídia de fácil acesso e com poder de penetração em todos os segmentos sociais. Ainda nos dias de hoje, o rádio chega em pontos onde a televisão não alcança. Atinge populações que nunca imaginaram o que é um simples controle remoto, mas, principalmente, possui tecnologia muito mais barata e versátil do que qualquer outro meio de comunicação de massa. O Território da Mata Sul Pernambucana conta com quatro rádios comerciais (Litoral FM, em Barreiros; Farol FM, em Catende; Quilombo dos Palmares FM e Cultura AM, ambas em Palmares); várias rádios comunitárias e “webrádios”.
Acompanhando tendência verificada em outras regiões do país, no final da década de 1990, houve um aumento considerável do número de rádios comunitárias em funcionamento no território, estimulado pela regulamentação através da Lei nº 9612, de 19 de fevereiro de 1998.
O serviço de radiodifusão comunitária é um importante instrumento da população local para o incentivo do desenvolvimento regional, seja cultural, econômico, desportivo, e tantos outros. As rádios comunitárias representam a possibilidade de o povo falar diretamente com o povo pelas ondas do rádio. A linguagem familiar com a abordagem de assuntos que são próprios da comunidade faz com que as rádios comunitárias sejam o principal instrumento de democratização da comunicação. No Território da Mata Sul, existem, em 2011, as seguintes concessões de rádios comunitárias:
Amaraji: Amaraji FM
Barreiros: Liberdade FM
Cultura FM
Barreiros FM
Belém de Maria: Novo Tempo FMBonito: Bonito FM
Rio Bonito FM
Catende: Diamante FM
Cortês: Cortês FM
Escada: Digital FM
Escada FM
Gameleira: Gameleira FM
Palmares: Cidade FM
Primavera: Primavera FM
Quipapá: Quipapá FM
Ribeirão: Ribeirão FM
Santana FM
Rio Formoso: Grande Rio FM
São Benedito do Sul: Alternativa FM
São José da Coroa Grande: Coroa Grande FM
Sucesso FM
Sirinhaém: Atividade FM
Tamandaré: Costa Dourada FM
Algumas instituições que atuam no Território produzem e distribuem para parte dessas emissoras seus próprios programas com temáticas focadas em públicos específicos, como é o caso do Banco do Nordeste com o seu programa Rádio Nordeste; do Promata; do Sebrae, por meio do Sebrae Responde Rural; e da Embrapa que, semanalmente, distribui para rádios cadastradas o programa Prosa Rural.
Através dessas rádios, a Embrapa integra o cotidiano de centenas de jovens agricultores familiares do Território da Mata Sul Pernambucana, que tomam conhecimento de tecnologias e produtos de baixo custo e fácil adoção, desenvolvidos pelos centros de pesquisa da Empresa, pelas Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária e por instituições parceiras. A Embrapa distribui o Prosa Rural gratuitamente para rádios de todo o Brasil, com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Radiobrás, do Ministério das Comunicações e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).