Território Mata Sul Pernambucana
Argissolos Amarelos
Autores
Maria Sonia Lopes da Silva - Embrapa Solos
Manoel Batista de Oliveira Neto - Embrapa Solos
Os Argissolos Amarelos (PA) são solos desenvolvidos principalmente de sedimentos do Grupo Barreiras, mas, são também desenvolvidos de rochas cristalinas ou sob influência destas. São solos que apresentam como característica principal um horizonte de acumulação de argila, B textural (Bt), tipicamente de coloração amarelada, com cores mais frequentes ocorrem no matiz 10YR com valor e croma maiores que 4. Geralmente apresentam baixos teores de ferro, porém, com amplo predomínio do óxido de ferro goethita. São profundos e muito profundos com sequência de horizontes A, BA, Bt; A, AB, BA, Bt, Btx; A, BA, Bt, BC; A, EB, Bt, Bw etc. Apresentam textura variando de arenosa/média até média/muito argilosa, com o horizonte superficial A do tipo moderado e proeminente. São solos com muito baixa a baixa fertilidade natural, forte a moderadamente ácidos e que podem apresentar horizontes coesos, que ao serem umedecidos, tornam-se friáveis, exceto quando são cimentados, os quais podem ocorrer em relevo abaciado e com restrições de drenagem, apresentando mosqueados e concreções ferruginosas nos horizontes subsuperficiais, principalmente nos solosque ocorrem próximos às bordas dos Tabuleiros Costeiros.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011
Figura 1. Argissolo Amarelo.
Distribuição na paisagem - De uma maneira geral, os Argissolos Amarelos ocupam mais os ambientes dos Tabuleiros Costeiros sob floresta subperenifólia, mas, também ocorrem em menor proporção nas superfícies movimentadas da faixa que antecede o Planalto da Borborema, relacionados com a floresta subcaducifólia.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011
Figura 2. Ambiente de ocorrência do Argissolo Amarelo.
Uso atual – Na porção litorânea da Zona da Mata Sul de Pernambuco estes solos são usados principalmente com a cana-de-açúcar, fruticultura (jaca, manga, banana, sapoti, citros, coco, acerola), alguma pastagem plantadas, e, em menor proporção a cultura da mandioca, maracujá e inhame. Nas superfícies que antecedem o Planalto da Borborema, estes solos são utilizados com fruteiras em geral, mandioca, floricultura e pastagens de braquiária, capins pangola e elefante.
Potencialidades e limitações – São solos que apresentam muito baixa a média fertilidade, porém, têm como maior restrição os ambientes com relevos acidentados. Nestes casos estes solos são recomendados para preservação ambiental ou serem utilizados com extrativismo racional. Em áreas de clima menos úmido com floresta subcaducifólia, como na faixa que antecede o Planalto da Borborema, poderão ser utilizadas com fruticultura. O mesmo manejo poderá ser conduzido nas áreas mais movimentadas e úmidas e em áreas com relevo plano ou plano a suave ondulado, como no caso dos Tabuleiros Costeiros. Neste ambiente, devido aos solos serem muito pobres de nutrientes, tornam-se necessárias a correção da acidez e adição de adubos para se obter produções satisfatórias.