Território Mata Sul Pernambucana
Neossolos Flúvicos
Autores
Maria Sonia Lopes da Silva - Embrapa Solos
Manoel Batista de Oliveira Neto - Embrapa Solos
Os Neossolos Flúvicos (RY) são solos minerais não hidromórficos, oriundos de sedimentos recentes referidos ao período Quaternário. São formados por sobreposição de camadas de sedimentos aluviais recentes sem relações pedogenéticas entre elas, devido ao seu baixo desenvolvimento pedogenético. Geralmente apresentam espessura e granulometria bastante diversificadas, ao longo do perfil do solo, devido a diversidade e a formas de deposição do material originário. Geralmente a diferenciação entre as camadas é bastante nítida, porém, existem situações em que torna-se difícil a separação das mesmas, principalmente quando são muito espessas. São solos profundos com um horizonte superficial A diagnóstico e abaixo deste uma sequência de camadas do tipo: A, 2C, 3C, etc.; A, C1, C2, 2C3, 3C4, etc.; A, 2Cn1, 2Cn2, etc.; A, 2Cn, 3Cnz, etc.; A, 2C1, 3Ck, etc.; A, 2C1, 2C2, 3Cv, etc.; ou simplesmente A, C1, C2, C3, etc. Possuem cores e terxturas bastante diversificadas, com predomínio das cores variando de bruno-escuro a bruno-claro, matizes 10YR e 7,5YR com valores de 3 a 6 e cromas de 2 a 4 e texturas mais comuns nas classes franco-arenosoa, franco-argilosa, argilossiltosa, franca e argilosa. Podem ainda, ocorrer camadas com cores avermelhadas nos matizes 5YR a 2,5YR e mosqueamentos de tamanho e cores diversas, particularmente nas camadas com restrições de drenagem. Na Zona da Mata de Pernambuco, estes solos podem ser distróficos, eutróficos, ácidos, dessaturados de bases e com argilas de baixa atividade. Portanto, estes solos apresentam uma variabilidade muito grande em suas características físicas, químicas e morfológicas devido a diversidade do seu material de origem e o seu baixo grau de desenvolvimento pedogenético.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto
Figura 1. Neossolo Flúvico.
Distribuição nas paisagens – No geral estes solos ocorrem nos ambientes de várzeas, planícies fluviais e terraços Aluvionares, ao longo das linhas de drenagens das principais bacias hidrográficas, sob vegetação natural de campos higrófilos de várzea ou floresta perenifólia de várzea. Na Zona da Mata Sul de Pernambuco, ocorrem principalmente nas várzeas com melhores condições de drenagem, podendo estar ou não associados com os Gleissolos e Cambissolos Flúvicos.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011
Figura 2. Ambiente de ocorrência do Neossolo Flúvico.
Uso atual - Na zona úmida costeira estes solos são usados principalmente com a cultura da cana-de-açúcar, fruteiras e algumas culturas de ciclo curto. Em muitos casos precisam ser drenados, corrigida a sua acidez e adubados, para se obter boas produções agrícolas. Em alguns casos são utilizados para retirada de areia para construção civil e argila para indústria de cerâmica.
Potencialidades e limitações - Em função da heterogeneidade das propriedades físicas e químicas, estes solos podem ser de alto, médio, e até mesmo de baixo potencial agrícola, dependendo dos fatores restritivos que os mesmos podem apresentar. As principais restrições destes solos são: riscos de inundação, baixa fertilidade natural, excesso de umidade pela presença do lençol freático próximo à superfície e dificuldade no manejo mecanizado quando apresentam a textura muito fina. Quando ocorrem com a textura média e apresentam boa drenagem, oferecem alto potencial para o uso com agropecuária.