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Sistemas agroflorestais, fragmentos de mata e corredores ecológicos

 

A Fazendinha possui um conjunto de estratégias de cultivo que leva em consideração o padrão de trocas existentes entre as áreas produtivas e naturais, de forma a garantir a sustentabilidade do sistema. O uso de espécies arbóreas em sistemas agroflorestais ou como cerca-viva, a existência de fragmentos de mata e corredores ecológicos, os cultivos de cobertura do solo e a diversificação de espécies nos espaços de cultivo são técnicas que criam áreas de abrigo para inimigos naturais e amenizam o microclima dos agroecossistemas, permitindo que diversas espécies de animais silvestres saiam dos fragmentos de vegetação nativa que habitam e, através do sistema produtivo, alcancem outros fragmentos, o que garante a diversidade genética dessas populações e sua busca por novas áreas de sobrevivência.

A diversidade genética dessas populações e sua busca por novas áreas de sobrevivência proporcionam um habitat ecológico e sustentável. Tendo isso em vista, o manejo da paisagem a partir da rotação de culturas e da presença de árvores na propriedade é um dos fatores de sucesso da Fazendinha, tanto do ponto de vista econômico como do aspecto ecológico.

Sistemas agroflorestais

Os SAFs são modelos de produção que associam árvores com culturas agrícolas e, às vezes, também com animais, de maneira simultânea ou sequencial. Na Fazendinha, alguns modelos têm sido testados, desde os mais simples, como o cultivo em aleias, até os mais complexos, como o sistema agroflorestal regenerativo e análogo (Safra), no qual são plantadas mais de 50 espécies por hectare. O cultivo arborizado de café é um exemplo de sistema agroflorestal eficiente, contribuindo para a redução da necessidade de capinas e o amadurecimento mais lento do fruto, resultando na produção de grãos maiores e mais uniformes - o que, muitas vezes, caracteriza produtos de melhor qualidade e valor de mercado. 

No cultivo em aleias são plantadas árvores em fileiras, com espaçamento entre as linhas de cinco a seis metros, onde são cultivadas diferentes espécies agrícolas. Esse tipo de cultivo consiste na associação de árvores ou arbustos, geralmente fixadores de nitrogênio, como a leguminosa Gliricídia sepium, intercalados em faixas com culturas anuais, como abóbora, amendoim, batata-doce, feijão-borboleta, entre outras. As árvores ou arbustos são podados periodicamente para utilização dos caules e das folhas como cobertura vegetal, para promover melhorias na fertilidade do solo ou para utilização como forragem de alta qualidade para alimentação dos bovinos.

Já o Safra é utilizado para fazer a interligação de fragmentos florestais, amortizando os custos de reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica a partir do cultivo concomitante de aipim, feijão, abacaxi, banana, espécies frutíferas e madeireiras.

Fragmentos de mata e corredores ecológicos

Os corredores ecológicos são áreas de preservação permanentes que possuem a finalidade de ligar unidades de conservação ou fragmentos florestais, permitindo o trânsito de espécies de fauna - e também de flora -, aumentando a biodiversidade e, consequentemente, a troca genética entre as espécies. Esse trânsito de seres vivos permite, assim, a recolonização de áreas degradadas, proporcionando a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento ambiental da região. Por fim, ao promoverem a ligação entre diferentes áreas e permitirem o fluxo gênico entre espécies de animais e vegetais, os corredores ecológicos reduzem os efeitos de fragmentação dos ecossistemas. Na imagem ao lado, feita por satélite, pode-se ver o corredor agroflorestal implantado na Fazendinha para conexão de dois fragmentos de Mata Atlântica.