Manejo fitossanitário
O manejo de pragas e doenças na Fazendinha é preventivo, tendo como base a adoção de um conjunto de estratégias que desfavoreçam o surgimento de deonças e pragas nas plantas cultivadas, como diversificação de plantas, enfatizando os consórcios e as rotações de culturas; utilização de sementes ou materiais de propagação vegetativa sadios; uso de espécies ou variedades adaptadas às condições de clima e solo locais, respeitando os requisitos referentes às estações do ano; e priorização de uso de cultivares geneticamente resistentes a fitopatógenos e insetos-praga, obtidas por métodos clássicos de melhoramento.
Além disso, os fatores que acarretam estresse nas plantas, como falta de água e nutrientes, são constantemente avaliados, optando-se, sempre que possível, pelo cultivo em ambiente protegido, particularmente na fase inicial do ciclo. Outras técnicas incluem o manejo conservacionista do solo, visando à manutenção da fertilidade, com aporte sistemático de matéria orgânica através do uso de adubação verde e compostagem, além da incorporação de plantas de cobertura, do cultivo mínimo e plantio direto, do estabelecimento de curvas de nível e de cordões de contenção nas áreas declivosas.
Quando a integração dessas práticas culturais não é capaz de evitar e conter doenças ou pragas em nível tolerável, são recomendadas medidas emergenciais, nas quais incluem-se a introdução de inimigos naturais para o controle biológico - entre eles predadores, parasitoides e patógenos (fungos, bactérias ou vírus) - e o uso de preparados caseiros como as caldas bordalesa e sulfocálcica e os biofertilizantes, como o Agrobio. Esse manejo e essas soluções emergenciais têm sido considerados um importante fator de sucesso nesse sistema de produção.
Presença de flores no sistema
As flores são plantas aromáticas e atrativas de inimigos naturais de pragas, que são indivíduos responsáveis pela manutenção do ecossistema, predando insetos fitófagos (que se alimentam de plantas), como pulgões, cochonilhas, psilídeos, ácaros, entre outros. São, portanto, essenciais ao sistema, pois complementam a dieta alimentar dos inimigos naturais das pragas, oferecendo pólen e néctar. Além disso, embelezam o ambiente. O conjunto de estratégias de cultivo leva em consideração o padrão de trocas existentes entre as áreas produtivas e naturais, de forma a garantir a sustentabilidade do sistema.
Os inimigos naturais (predadores, parasitoides e patógenos) podem ser confundidos com os insetos-praga ou com agentes de doenças. Portanto, para não eliminar aqueles aliados dos cultivos orgânicos, é necessário conhecer o papel de cada organismo. Veja aqui como reconhecer os inimigos naturais de pragas agrícolas.
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