Produção de mudas
A Fazendinha produz anualmente cerca de 150 mil mudas de hortaliças, a partir do uso de tecnologias adaptadas à realidade da agricultura orgânica. A estufa utilizada é um modelo de baixo custo, simples e eficiente, desenvolvido pela Pesagro-Rio para atender agricultores familiares. O substrato para o desenvolvimento das mudas também é produzido na própria Fazendinha, sendo uma alternativa adequada e de custo reduzido para uso na produção de mudas orgânicas. Parte desse substrato é derivado da minhocultura ou vermicompostagem, que é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos feito por minhocas. O húmus gerado é um excelente fertilizante orgânico. Outra técnica utilizada para produção de substrato é a gongocompostagem, que trata da reciclagem de resíduos orgânicos de origem vegetal por meio da ação de gongolos (Trigoniulus corallinus), também conhecidos como piolhos-de-cobra, pequenos invertebrados que possuem sistema bucal triturador, podendo agir sobre materiais fibrosos como palhada de bananeira, bagaço de cana-de-açúcar e grama seca. Saiba mais sobre a minhocultura e a gongocompostagem nos boxes abaixo. Leia mais sobre o sistema de produção de mudas da Fazendinha.
Outras tecnologias:
Substrato orgânico 100% vegetal
Os adubos orgânicos tradicionalmente utilizados, como o esterco bovino e a cama de aviário, possuem custo elevado e são de difícil obtenção em algumas regiões, geralmente apresentando elevada contaminação química e biológica, além de outros problemas. A Fazendinha Agrobiologia produz adubos e substratos orgânicos de origem inteiramente vegetal, a partir da compostagem de materiais como a torta de mamona ou a palhada de leguminosas, misturados ao bagaço de cana-de-açúcar ou à palhada de capim-elefante, sem que haja necessidade de aplicação de aditivos para acelerar o processo de compostagem. Leia mais.
Gongocompostagem
A gongocompostagem é mais uma possibilidade de compostagem de resíduos orgânicos de origem vegetal. Ela é realizada pelos gongolos - também conhecidos como piolhos-de-cobra, maria-café ou embuás -, pequenos invertebrados que possuem uma excepcional capacidade trituradora, sendo capazes de se alimentar de materiais fibrosos como bagaço de cana-de-açúcar, sabugo de milho, aparas de grama e até papelão. O composto gerado dá origem, em cerca de 90 dias, a um substrato para produção de mudas muito leve, o que facilita o transporte no campo. Além disso, esses organismos são facilmente encontrados nas propriedades rurais e seu manejo é muito semelhante ao das minhocas. Eles vivem escondidos embaixo de folhas, pedras ou troncos de árvores, sendo às vezes confundidos com pragas. Leia mais.
Minhocultura ou vermicompostagem
A minhocultura ou vermicompostagem é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos por meio da criação de minhocas, sendo uma importante alternativa para resolver os problemas dos dejetos orgânicos. O húmus de minhoca é um excelente fertilizante e pode ser utilizado como matéria-prima para a obtenção de substratos. Esta é uma linha de pesquisa estudada na Fazendinha Agroecológica, resultando no desenvolvimento de diversas técnicas e estruturas para o sucesso da criação das minhocas, como cercados de alvenaria ou bambu e manilhas de poço. Leia mais.
Uso de energia renovável na irrigação
A energia elétrica é um dos insumos básicos para a erradicação da miséria no campo - e sua falta é um grande entrave ao desenvolvimento rural. Para muitos agricultores, a irrigação é uma prática essencial, sem a qual não se produz, devido à falta de chuvas regulares. O uso sustentável da irrigação está ligado à racionalização do uso da água e, como a maioria dos sistemas pressurizados usa a energia elétrica, a utilização de energias renováveis (solar e eólica) tende a minimizar os custos de produção, além de viabilizar a irrigação em locais com fornecimento inadequado de energia. Esse trabalho é realizado na Fazendinha, e alternativas viáveis já existem para o melhor aproveitamento de energias limpas e com custos muito mais baixos do que os das fontes tradicionais.